TEXTO SEM IMAGENS... PROCURE IMAGINAR!!! ;-P
O poeta molha os olhos e tem sede
Refresca o rosto para sentir
Escorrendo como mãos geladas que anestesiam
Fazem o coração aquecer e tremer.
O que é o peito de uma caneta quando sente saudade
De não ter ido ainda, mas não tem aquele toque, naquele
instante?
Qual toque, hoje, é mais intenso que simplesmente olhar,
Olhar e sentir como a um abraço que dá em pensamentos.
Ah, os pensamentos! Indiscretos e secretos.
Por que pensar em estar junto enquanto perto?
Qual o sentido de voltar para casa sentindo que há morada?
Na morada que o papagaio canta e dorme sereno
Na jaula do caminho longo e estar louco por estar escolhendo
Entre seus dois únicos caminhos dentro de um só:
Ou volta e vive a história como se outra caneta tivesse
acabado,
Ou segue até o fim da longa estrada para conhecer a
cachoeira.
Eu nunca pulei em uma cachoeira,
E mesmo que pareça longe, já é de minha natureza,
Que eu escolha pela minha certeza
De que ainda que certo não esteja
Eu amo a natureza. E não a vejo fora de ti.
Os olhos são como o ar, com traços certos,
Vem de cima forte e chega até mim, bem embaixo, disperso.
Eles não vêm até mim fixamente e por isso deixa-me no... Ar.
O nariz são como os rios, tem fino trato, correm pela
floresta,
E se desmancham perto do precipício, os lábios.
A floresta. Ó floresta! Rosto que me desata, me deixa...
Mata.
Três montanhas e toda aresta, que a mente detesta por ter
que não separar...
Tirar dela toda a folha simples, das flores que tapam o que
hei de sonhar.
Nunca houve tão natural beleza
Tampouco sabia eu que seria pela natureza
Que minha rude estrutura urbana
Mameluca mistura humana
Com os sonhos do longe que eu...
Oras, o que penso eu que estou fazendo?
Escrevendo e todo tremendo, por uma orquídea nascendo num
asfalto.
Pobre homem de Deus, que O busca nos sonhos perfeitos ao
luar...
Merecia eu tão grande precipício
De um coração propício à natureza amar.?