26 de setembro de 2010

“Ré(u)”voltado

Ei menina!
Guarda seu ego e tira da bolsa
Sua futilidade de menina patrícia.
Esquece esta tua mania de escuridão
Venha ver como a luz é bem mais bela
Você enxerga mais, vive melhor e seus sonhos
Ah, seus sonhos! Estes serão bem mais entusiasmados.

Ei garoto insolente!
Deixa de ser prepotente
Abaixa esse nariz todo cheio de si
Aprenda que aqui onde nós vivemos
Só se dá bem quem precisa dos outros e mesmo assim
Passa por cima porque no fim
Quem tem que vencer é você.

Ei mundo desgraçado!
Saia dessa cama de espinhos.
Até parece que não sabe fazer carinhos nos cabelos
Ao invés de abarcar ponta de faca.
O pó que te entram para livrar-te
O lícito e ilícito, alcoolizado ou não que te leva pra um lugar risonho
Mas que o troco é vergonha e aborrecimento.
Este que você diz que é o certo quando sabe que é errado
Só pra acharem que você é o bom, porque acham
Porém só acham porque também são uns idiotas adolescentes
Que se acham adultos, mas sinto muito
Estas são atitudes de criança, mimada por sinal
Que acha que não tem o que merece enquanto tem tudo o que queria ter.
Seus pais podem dizer, mas você sempre vai querer contrariá-los
Isso se não fizer pior e dizer que se pudesse iria matá-los.
Insolentes! Animais irracionais! Dizem caralho, porra, e outros adjetivos que acha bonito
Enquanto muitas pessoas estão tristes e sozinhas esperando sua visita
Para dizer bom dia, boa tarde, boa noite mesmo que não seja tão boa assim
Porque o que faz da vida uma vida é termos compaixão e bondade o suficiente
Para desejarmos ver os outros e ver a nós próprios contentes.

Lutar não é ferir, lutar é saber a hora certa de dar-se por vencido
É ser ao invés de sedento por vingança, ser amigo
É ser quem sempre imaginamos que poderia vir nos salvar.
Não tente pensar porque você NÃO CONSEGUE!
Tente fazer o bem, e veja quanta coisa boa você consegue.

24 de setembro de 2010

Pomar

Começo por arrebatar-me
Descanso em sombra fria
Dou mordidas carinhosas num pedaço de maçã
Um sorriso doce caramelo.

Discorro por entender-me
Em pequenos pedaços de folhas rasgadas com esmero
Crises tenho de loucuras em minha mente sã
Que aquece o coração no dia em que a noite esfria.

Deito e durmo fugindo de sol e chuva
De repente me clareiam os olhos
Abro-os e vem a verdade nua e crua.

Você sai dos meus sonhos
Entra em meu pensamento mais fiel
Leva-me ao abismo, lá em baixo é o céu.

23 de setembro de 2010

Desespero

O sol já gritava desesperado
Para nascer depois de um luar estrelado
Rebeldia por ainda ser noite
Um açoite da escravidão por viver apenas dia.
Discorre de palavras voluptuosas
Suntuosa, arrebata no coração que sem ti não bate. Morre.



É desespero descontente
É saudade de quando nos abarcamos
Um mundo aquém do mundo; trocamos
O resto por um eu e você, o surpreso presente
Detesto ter de concordar que devaneio seus beijos quentes
Confesso ter de acordar e o coração bater desconcertante.



Passo as mãos sobre o rosto tenso
O suor que percorre meus semblantes
É fruto das lágrimas que não caem de tristeza
É amor, é intenso; é indecifrável e é brusca sutileza.
Enfim...
É você em minha história: começo, meio e fim.

20 de setembro de 2010

Soneto Lunático

As coisas mudam tão rapidamente,
O que está perdido se faz presente;
Achado sem ao menos esconder,
Saber a resposta sem responder.

Noite tardia sob sol escaldante
Numa só rima vejo doravante,
Um amor de duas pessoas: nós.
Dois versos e um momento: a sós.

Meu olhar condiz com meus desejos,
Sua voz se cala com meus beijos;
Minha vida sem você é saudade.

Tal que meu sentimento é plural,
Jamais pude sentir coisa igual:
Um amor traduz o que é verdade.

19 de setembro de 2010

18 de Setembro – Peripécia

Era um dia comum, ou ao menos igual a todos os dias com este.
Começou à meia noite com minha linda e doce amada e o meu maior dos presentes. Acordei de manhã, me arrumei, fui para o futebol, voltei pra casa, tomei um bom banho, lavei a louça, atendi ao telefonema de um amigo (irmão) que fez aniversário um dia antes cuja festa seria feita em surpresa para ele naquele mesmo dia, e este que me ligava para desejar-me os parabéns. Após esta ligação, fui me trocar para ir à tal festa surpresa quando recebi outra ligação, esta agora de minha amada para combinarmos como iríamos.
Outro amigo irmão veio até minha casa e juntos, os três, fomos apara a festa.
Lá na festa na hora que o aniversariante chegou foi cumprimentar seus parentes, quando então aparecemos. Lágrimas, sorrisos e muita alegria. Um momento único e que nos remete às mais indescritíveis épocas que tão felizes fomos tão mais quanto a que hoje somos.
Passamos a tarde toda entre conversas, abraços, risadas e todos os tópicos precisos para uma história feliz, com trenzinho e bolo pra fechar.
Chegada a hora de ir embora, viemos sem preocupação e felizes. Minha namorada pede para eu levá-la em sua casa, paramos na praça e ficamos ali, namorando e deixando o tempo passar. Passamos na casa dela, quando minha mãe liga e diz que meus avós estão em casa esperando e quase indo embora. Começa o desespero.
Ela demora, e demora, e demora, enquanto eu louco pra ir embora começo a apressá-la para irmos.
Chegando em casa, meu avô lá fora, me cumprimenta e eu entro com a moto.
Entro em casa, sou recebi aos beijos e abraços pelos familiares quando tiro o pedaço de bolo trazido da outra festa quando de repente, vem como uma avalanche todos os meus melhores amigos trazendo consigo a maior das minhas alegrias. Com uma cara de “O que é isso? Não estou acreditando? Como pode?” junto com “Muito obrigado meus Deus por tudo isso”.
Alegria, sorrisos, abraços, beijos, zoeiras, comida, bolo, refrigerante e mais todos os apetrechos de um dia comum, porém com todas as novidades e explosão de sentimentos aquém de qualquer um que não saiba o que é amar.
Agradeço a TODOS por tudo, pois apesar de eu não gostar de surpresas, eu amei! Assim como eu amo a todos.

13 de setembro de 2010

O que te faz em mim

Nunca houve tal estado
Que me encontre desorientado
Suas sensações têm atormentado
Suor das emoções enquanto me sinto amado.

Surge de algum lugar
Vem arrebatando sem mesmo esperar
Acorda de repente, antes hibernou
Canta ao pé do ouvido poemas de amor.

Ri do antigo pudor
Espera o que já chegou
Suspira enfim aliviado
Inspira, cego de saudade.

Duvido de tal verdade
Arrepende do mal passado
Na era do gelo esquentado
Na água que solidifica em brusca suavidade.

12 de setembro de 2010

E eu?

Dedicatórias em todos os bancos de praça,
Frases escritas e decoradas;
As pessoas fazem fama e marcam-se nas calçadas,
E eu, sem disso precisar, ando pela rua de pirraça.

Não importa o que os outros dizem,
Mas os erros nos fazem aprender.
Você deve ter aprendido a não fazer sofrer,
E eu aprendi o quanto foi ruim você não perceber.

As mãos sujas das minhas sujeiras,
As costas marcadas pelas chibatadas;
Você me castigou fazendo a coisa errada,
E eu deixei de acreditar, e surgiram as olheiras.

Todos dizem não quando eu penso, e eu penso.
Eu quero acreditar mais uma vez, e eu penso.
Você faz promessas de um novo começo, e eu penso.

E eu que de tanto pensar, repenso;
E eu que só de imaginar, repenso;
E eu ao lembrar o seu olhar em meu olhar
Repenso.

E eu de tanto pensar e repensar, me canso.
Vou deitar e me pego sonhando.
Preciso esquecer de tudo e pensar em mim.
E eu aqui perdendo tempo;
E eu que ao invés de pensar e sonhar, poderia estar amando.

6 de setembro de 2010

Livros indiscretos

Não consigo mais expressar minhas vontades.
Delírios me consomem como algoz,
É maremoto de dúvidas,
Sagaz vontade de estar liberto.

Não concordo com o adjetivo que me completa.
Sou substantivo da minha própria oração.
Ela, aquele pronome indiscreto;
Eu, aquele que nunca está correto.

A vontade de fazer da exatidão do tempo cronometrado
Um sucinto nocaute para meus anseios.
Pode ser que eu pare a contagem de meus medos,
E prossiga com o tempo nublado.

Se a vaga imensidão de meu peito afaga,
Se continuar contrariado com meus ideais,
Se provenho d’algum sonho;
Jamais poderia cogitar a idéia
De ser uma ficção romântica e nada mais.

5 de setembro de 2010

Comumente raro

Comum foi o dia em que nos conhecemos
Comum foi a amizade que construímos
Comum foram os momentos
Raro foi quando nos incluímos.

Comum foi o primeiro beijo
Comum foram as primeiras palavras
Comum foram nossos anseios
Raro é sentir como estávamos.

Comum foi saber que acabou
Comum foi discutir o “por quê?”
Raro foi não entender.

Comum é saber que ainda sonhamos
Comum mesmo é pensar e fazer
Raro é que é fazer-me pensar sem você.

4 de setembro de 2010

Portal

A minha ironia se desfez
O meu medo é entregar-me outra vez.
Nunca ouve tal beberagem que mais me incomodou
Como aquela de quando bebi do seu amor.

Um urso quando hiberna sempre acorda
Percebe sua mudança e abala
Vai à caçada com faca e corda
Mata o leão que urra e nunca se cala.

Um sonho acordado vale mais que uma noite mal dormida
Amor às escuras pode enlouquecer
Posso ter aprendido a fazer tanta coisa nesse tempo
Mas aquele que usa a memória não pode aprender a esquecer.

O receio de uma nova vida velha e moralizante
Faz com que não me faça mais de constante
Uso o melhor do tempo que me resta
Veja o buraco na porta. É uma fresta.