Tentei dormir, mas é impossível deitar sobre aquele mesmo travesseiro macio de ontem à noite e não pensar em o que eu sou, ou então o que eu quero.
Dizem quem conhece o que gosto de fazer que eu sou poeta... E eu discordo.
Eu escrevo para me aliviar, tirar o peso das minhas vontades, dos meus desejos, das minhas dores. Não sou poeta, mas sim apenas um alguém que encontra palavras para chorar de todas as suas maneiras mais estranhas.
Contudo me peguei pensando em oração no pesar de sempre escrever de amor, em amor, por amor, à procura de algo que eu não me permito mais.
Por que eu não posso amar?
Eu procuro a felicidade e a tenho nas mãos de Deus, mas eu quero mais do que a felicidade, pois o Senhor me permite isso, me permite querer alcançar o inatingível porque n'Ele eu posso mais do que eu mesmo posso.
E o que eu quero é amar, doar-me com a intensidade do pulsar do universo, chorar por ter o que quero e sofrer por ter o que quero e ser feliz por ter o que quero. Eu quero ter a oportunidade de num dia comum entrar em um lugar qualquer e algumas horas depois a pessoa que eu ame esteja recebendo flores simplesmente pelo motivo de me dar a oportunidade de amá-la. Eu quero estudar todas as regências e concordâncias da tal da (des)gramática, mas simplesmente por tê-la e ser todo dela eu me perder na redundância de amá-la a todo instante e ficar repetindo isso nos meus versos, nas minhas estrofes, nas minhas histórias, na minha vida.
É tão comum ver mulheres dizendo que amaria ter alguém que fizesse por elas o que algum cara de algum filme fez, mas quando alguém está disposto a isso elas o rejeitam simplesmente por qualquer motivo banal, por um motivo que daqui a alguns anos nem exista mais.
Eu quero tanto amar alguém. Todavia seria inútil amar alguém que não queira estar ao meu lado por gostar do que sou, mas sim por me querer pelo que tenho seja lá o que for.
Amor tem que ser reciprocidade fiel, é transitivo direto e indireto ao mesmo tempo, pois mesmo sem ele por perto a sua felicidade sempre terá de passar por ele nem que seja por pensar nos seus olhos, ou seu sorriso enquanto separa as papeladas no trabalho.
Que eu seja Poeta, ou um escritor qualquer então!
Por obséquio... Quando for se referir a mim assim, lembre-se de que não foi por vontade própria... E se for que seja diferente.
Eu não sou Poeta por sofrer, por ser feliz, ou por amar. Eu serei Poeta por sonhar acordado e dormir realmente com alguém ao meu lado que dê sentido aos versos que hoje são belos e vazios. Se acordarei novamente não importa desde que você entre na minha história.
Luiz Aguinaldo
13/02/2012 - 02:16