29 de maio de 2011

Um coração e um nome

Uma tarde
Apenas uma conversa
Fez-me conhecer o cume e o penhasco
Palavras e palavras culminam em risadas.

Ah como arde!
Percebi minha sentença
Não percebeste como tua voz oculta me alucina e me embaraço?
Tudo em uma conversa inesperada.

Um dia e meio de imensas alegrias
Uma conversa extrovertida
E solidão pelo resto do segundo dia.

Tem formato de soneto, porém é triste
Recuso-me a dar palpites
Contudo, devo meu coração a você porque riste.

Noiva Solidão

Ela invade a sala e apaga a luz
Reflete os sussurros da madrugada
É feia, horrenda, e seduz
Aos caprichos da vida indignada.

Maestrina da rua escura
Com canções de ninar mofadas
Desinibida e asquerosa, suja
Detentora de maldades baratas.

E ela vem ao meu encontro
Faz carinho e chama pra sair
Arruma as minhas malas e seduz-me a fugir.

A fuga não tem de ser feita para perder-se
A vida tratará de nos matar, e arremato
Não se vingue dela antes.

27 de maio de 2011

Nem saudade


Sinto cheiro de saudade
“-Ah maldita!”
Tendes a seguir minhas noites em claro
Sempre de sexta para sábado
“-Essa maldita falta de birita.”

Não me presto a  levar à boca gotas de insensatez
Preciso mesmo é de dois braços aconchegantes
Todas as poucas palavras de calmaria.
Já sei!
Amor... Era isso que eu queria.

Queria,
Pois não há tempo de pensar em amar
Amar consome muito meu tempo
Que gasto com saudade.

Gostaria de amar uma vez por semana
Não falo de amar na sala ou na cama
Falo de amar aonde quer que seja
Com a mulher que nunca esteve em meus sonhos
Que naqueles minutos ela tenha risadas de todos os tamanhos
Que acima de tudo ela seja minha
Que minha ela seja também dela
Que não haja donos ou mandos
Que seja sempre assim.

Enquanto isso
A saudade beija e sufoca
Mata-me carinhosamente
Acaricia a faca com sangue de si mesma
Sorri e profere palavras que interpretam-na
E por fim deixa-me sozinho.

26 de maio de 2011

Do fundo do coração

É prazeroso ter-me voltado diretamente aos mistérios
De idas e vindas cruzando montes e paisagens obscuras
Subindo em árvores buscando um lugar mais alto
Para que fosse possível ter uma visão mais ampla do meu redor.

Tão indescritível poder dizer sobre sonhos
Dissertar sobre pesadelos
Ver o quão deplorável é a malignidade do homem
Enquanto detentor de seus pensamentos.
Claro, pois pensar é uno
Apenas pensamos e tudo continua ali, naquele mesmo túmulo
Enquanto fazer,
Sim, o fazer do homem,
É duplo, pois é o pensar e sua ação, o agir,
E quando menos esperamos vemos o homem pensando
Porém, no final de cada conto ele faz.
Faz e deixa acontecer.
É o cúmulo!

Como pode o homem deixar que o amor
Do bandido pela mocinha seja levado embora pelo mocinho?
É o amor de todas as formas.
E no amor há realmente o final feliz?

Oras! Aonde estão as respostas?
Saberá Deus apenas
Ao homem, esse desnaturado e em sã insensatez
Basta admirar-se e fascinar-se
Em procurar nas mais indiscretas frestas
O verdadeiro sentido do amor de apenas dois.

Este sou eu
E a minha escavação pelos íntimos.
Aos que não encontram: meus sentimentos ínfimos.
Aos que acreditam: o meu abraço, a sorte e o adeus.

24 de maio de 2011

Um picar de jogos

E numa piscadela vi o mundo transformar-se
Vulcões, montanhas, serras serenas,
Todos cheio de fantasias a serem cumpridas

Esqueceram de avisar o Saara
De que miragem ocidental é ver tudo ao contrário do que se diz.

Os vulcões, as montanhas, as serras nebulosas,
Tudo nunca passou de um furacão de ideias
De alguém que queria mudar o mundo.

Acorde dono da tecnologia,
Não há mudança que não comprometa
O que dá sentido aos seus caminhos
Todo coração sangra
Quando vê lágrimas derrubadas por quem não vale à pena.

Pobre razão
Não percebe quem não tem mais espaço
Nesse lugar de cartas à mesa e gritos de socorro
A vida é um jogo e o amor é o cheque-mate
Só espere que se encaixe,
Naquele quebra cabeça infinito,
A chave do meu coração
E todas as suas ações depois de um beijo meu. 

22 de maio de 2011

Meus poemas e minha confissão

Eu escrevo tanto sobre tudo
o que sinto, penso e espero
As pessoas olham para mim com tanto esmero
Não se cansam de dizer como é tal nostalgia
DE aprofundar-se em meias palavras escritas
E sentir-se arrepiadas e felizes
Chorando por vezes,
E algumas ensaiam cada verso para o primeiro beijo amante
Depois de lábios se tocando, palavras dançando ao vento
Com todo ardor aliviado, astúcia de sentimento.
Levam isso para cada dia de suas vidas
Espalham e os outros se sentem tão completos...

E eu aqui,
O dono de cada vontade descrita sobre um papel manchado
Coberto com tanto amor recém descoberto
Sem ninguém para amar, sem amor por perto
Subindo todos os dias no telhado de casa
Tentando ver de cima se alguém está vindo
Se existe tijolo pré-moldado ou algo concreto para o que eu estou sentido
E lá de cima vejo tantos olhares
De profundo dó e compaixão
Daqueles que detém do maior bem
Uma mão para aquecer o coração
Para ser o colo de suas cóleras
O abrigo do frio, a água ou sua pureza no calor
O sentido do cheio depois de ser vazio
O seu amor.
E não há ninguém vindo até mim
Será que estou tão alto assim?
Será que não há ninguém que se arrisque a subir?

Desço e vou para o quarto
“Para que escrever sobre sentimento meu
Se o resto é coração rasgado?”
Deito e me cubro com algum cobertor
Pelo menos há alguma coisa que me dê calor
Enquanto não há sentido
Querer estar de pé quando não se tem amor.

Prefiro dormir a olhar os comentários sobre meus poemas
Todos exclamando a beleza de tudo o que sinto
Mas ninguém para me dizer que esteve sonhando
E que parece sentir que está me amando.

O cantar de um sonho

A sua voz tem o tom do vento
Agudo frio e grave forte
Sua palavra tem o sentido num só acorde
São dizeres por amores de momentos.

Pudera eu encontrar em tua boca meu norte
Com tendência a permanecer em coma
Caminho a pé descalço sem sentido nem sorte
Tomado pelo azar de não tem quem ama.

Amar é sinônimo de arrepio constante
Sinto-o a cada segundo
À noite vejo-a em meus sonhos por um instante
Pela causa acordo, vivo em insônia
Tomo meu casaco e saio pela noite medonha
Não tenho medo de escuro ou ladrão
Vivo a roubar pesadelos definhando em solidão.

Minha vida tem cheiro de tomate
Morre e faz-se o molho
Come e satisfaz a carne.

Todavia tenho vontades
Subir em montes, prédio ou árvores
Pode até ser os três
Não todos de uma vez
Para gritar ao céu
Para que mandem os beija-flores te entregar
O dom de olhar por águias
E ver o amor que está por me matar.

Suicídio é pecado e insensato.
Prefiro viver triste pensando em estar alucinado.
Orar e orar e orar
Para que Deus mostre como lágrima não é sentimentalismo barato.
Tê-la são sonhos, amá-la é fato
Decerto que as horas sempre passam
As pessoas sempre dormem
Algumas sonham.
E estarei em teus sonhos um dia
E verás que teu sorriso estará apaixonado
Então abrirá os olhos
E saberá quem é a eternidade que a espera ao seu lado.

19 de maio de 2011

Caixinha de música

Queria ter sentido alguns dos meus sentidos
Guardado os relances de sorrisos
Poderia ter mentido
Mas é tão verdadeiro o que estou sentindo.

Sua silhueta se confunde com a sua sombra
Que me amedronta na solidão da noite
Como se fosse outro dia
Sua pureza fria, incandescência escondida
Mostrara-me a verdadeira obra do escultor.

Amar-te
É segredar-me enquanto não te acho
Achar-te
É mover-me enquanto não tenho segredos por ti
Segredar-me
Nada é enquanto não há um fim
Não para tudo o que sinto, vejo, ou escuto
Mas para os seus ouvidos, seus olhos e sua pele.
Que move todo o meu mundo
Foge à orbita ou à racionalidade do todo
E entrego-me as partes para que o teu arrepio
Seja a melodia de um simples assovio
Do Sabiá que clama por viver.

15 de maio de 2011

Ich liebe dich – rock


“Desate as malas de meu burro e traga-a aqui (...)”
“Amo o fumo, amo as mulheres e odeio o romantismo”
Macário – Alvarez de Azevedo

Tem dinheiro sujo que o homem lava
Lava a alma que está impura e infame
Tem sujeito do homem que o fere
Queima em quinto grau com lava
E mesmo que eu grite socorro ou sussurre o seu nome
Não há lugar melhor para que você me leve.

Com a mala nas costas vou-me embora
Embora não esteja de partida
Ainda há o que se fazer nessa vida,
Mas não esbanjo autoconfiança sem hora
Sou casaco de lã em chuva de verão
Estou são, mas me sinto frio em qualquer estação.

Não fumo, mas mesmo assim trago toda maldade do mundo
Isso me consome e morre todo homem com fome
Trago o remédio sem nome, genericamente original
Não é magia, nem força sobrenatural
Deus tem para nós um amor incondicional.
Tolo homem moribundo que clama em vão
Cospe no prato que come
Tem coração, mas mesmo assim se finge de surdo.

Escute minha sede de amar
Amar uma mulher que nem mesmo sabe
E antes que o mundo acabe
E não me deixem orar
Farei minha bateria ecoar
Adorar e adorar
Fazer serenata em qualquer lugar
Para qualquer pessoa que seja.

E antes que você veja e diga-me alguma resposta
Saiba que meu romantismo não é constante
Apenas flui a qualquer instante
E talvez não seja o que você gosta.

O teatro acaba numa janela aberta
Num beco ou rua deserta
Termina sem saber aonde começa
É poema, poesia, prosa ou simples prova de amor confessa
É peça que não se prega
Faz gestos e chora
Não tem data nem hora
Ora aqui outrora por ali
Basta saber quem canta
Qual a melhor letra e quem tira a nota...
Sol, é o que brilha e o que entoa
E vem à tona
O amor que cresce num coração sem dona
É rock na veia, Deus e mitologia de sereia
No asfalto mal pisado ou na areia
E acabo em versos escritos em folha de floresta
Beija-me
Antes que acabe a festa.

Um amor nunca tem hora, mas em alguma hora enquanto não sabemos quem está à nossa volta, pode ser que acabe.
Ame e pague o quanto vale... Sofra e não se arrependa, antes que o mundo vire pó e por eu não tê-la aqui, morra em escalas de dó. A minha dó. É dó autobiografia.

11 de maio de 2011

Flor do campo

Rosa como a bruma das manhãs
Manhosa feita de fetiche de cetim
Tem pétalas com perfume de saudade
Seus espinhos inspiram solidão.

Colher-te ao meio de tantas outras iguais
Mas nenhuma com o teu cheiro e soluço
Ninguém respira enquanto teu futuro se sobressai.

Tenho o ardor de voltar ao campo
Sem sublimidades nem atordoadas miragens sãs
Toda feita sobre os olhares dos querubins
Não tem sentido, puramente verdade
Tua pureza enlouqueceu meu coração.

Naquele olhar sobre os arbustos
Haviam seus olhos e ninguém mais.
Enfim os nossos se encontram e meu ímpeto de amor... aguço!


Querer não é a simplicidade de alcançar o universo com as mãos
Amar não é querer, mas o universo do amor se espalha sobre seu corpo
E em meio àquela imensidão, a infinidade de dois é um só coração.

10 de maio de 2011

De acordes, dia e cores

Tenho dito que o dia é noite clara
Fazemos babaquices e damos risadas
Nosso dia no nosso dia a dia é uma caixa de cores alternadas
É preto na solidão da manhã
Às vezes azul no céu que desenhamos à noite
Verde é feixe de luz amarela refletidos em papel nacarado
O branco é um cinza disfarçado
Das nuvens que trazem chuva
E coitada da minha pena
Que nunca se cansa
É roxa de esperança
Sonhando em fazer versos numa carta
Em pergaminho dourado e tinta de prata
Entregar depois da serenata
Numa noite de céu alaranjado e um violão ao lado.

Responda-me sobre tua vontade
O teu futuro não depende do que sente
Se não estiver “marromenos” em conjunto com tua razão.
Eu apenas entrego a minha alma e meu corpo, nada mais...

O dia é a sombra do ontem que não levamos em consideração
O amor que um dia não soubemos que era nosso.

O último cavalo e a dama ao chão

Os gênios se foram
Os seus sonhos viraram vento
Sua imagem de cimento não sai do chão
Os seus pensamentos voam...

Fico aqui desolado
Fui gênio e a inventei
Meu sonho dei a um Beija flor
Minha imagem é indiferente, constante, dependente
Meus pensamentos... Ficaram contigo.

Guardo os papéis na gaveta debaixo
Eles te fizeram, mas acho que foi esculacho
Tenho raiva de mim, porque te fiz assim
Se soubesse que Deus a fez pra mim
Entenderia que sou sua melodia descrita nas minhas poesias e afins.

Nunca te disse, mas sempre fora linda
Tive vergonha porque sentia
Fui vergonhoso porque omitia
Omisso ao meu medo, sina minha
Pressupõe-se que eu tenha dito, teria vingado?
Sou politicamente correto, dependo do seu estado
Se a dor a corrói... Estou sendo dilacerado
Se o futuro a destrói... Perdão... Deixo de existir.
Se nunca fui teu é porque não pedi
Se você nunca provou do meu amor, não sabe o que é ser feliz.

Venha, ouça meus versos
Que contam segredos jamais confessos
Nunca fui o homem dos excessos,
Mas fui excessivamente doentio
Andei a meio fio
Passei fome, sede e frio.
“-Tudo bem. Eu confesso que sempre te amei e inventei
Alguém que não existia só para ter você.”

Profano mensagens no celular
Para te ensinar que só é aquele que não sabe amar
Amo... E amo voltar e aumentar o calafrio de te amar
Sonho... E é um sonho poder ter a oportunidade de te falar
Que alguma vez alcancei o apogeu da minha vida de sonhar
Alcancei as nuvens e as harpas dos anjos almejando um lugar ao sol
Só faço rima de dó com ré e sol enquanto só
Se quer que faça com rima
Me aceite ao seu lado e venha recitar aqui
AS frases mais singelas de um amor que se perdeu sem ir
Se desencontrou sem se despedir
E que pode voltar a ser o que nunca foi... Feliz.

Preste atenção!
Olhe meus versos e me arremate
Beije-me Beija flor de chocolate
Domine-me minha dama
No final, afinal e precedendo o ponto final
Dê o cheque-mate.

9 de maio de 2011

Cego e desacreditado

Eu gostaria de abrir meus olhos e rever tudo
Ter a oportunidade de prestar atenção nas pessoas
Que hoje, o tão importante hoje, é quase nada
Depois de tantas mentiras, tantas falsidades
Tantas palavras mal proferidas e desejos de caridade.

Eu não peço perdão, mas me desculpo.
Eu não sou capaz de dizer que nunca pensei em te amar,
Mas nunca tive coragem de ir até o sol.
Eu desisti sempre no segundo passo
Por medo de acharem que sou oportunista
E perdi todas as oportunidades de ser feliz.
Mas ainda estou aqui, pronto para fazer tudo mudar.

Eu sei que pode não ser, mas acho tarde demais.
O que você dirá?

Era tudo lindo para você
Era muito importante para mim
Era como tinha que ser
Não era pra ser assim.
Você lá e eu aqui.

Não pude te ver de novo
E dar-te aquele oi numa feira de profissões
Aquela menina que sempre me encantou
Desde a primeira vez onde mal conversamos
Até a segunda em que nem nos olhamos
Foi na terceira que nos apresentamos,
Mas continuo aqui, atrás de um tela
Ouvindo o som das teclas recitando palavras
De algo que  sempre balançou meu coração.
Mas foi apenas um. Quem dera fossem dois corações.

Foi o meu amor inventado
Com codinome Alessandra
só porque rima com seu nome
Quem dera você fosse pronome [minha]
Sem posse, sem pose
Apenas queria que fosse o que pode não ser mais, talvez.
Queria ser feliz como fingi ser outra vez.

5 de maio de 2011

Luiz Aguinaldo: Ponto final e reticências

Luiz Aguinaldo: Ponto final e reticências: "Por que tua tendência é desaparecer? Nem mesmo existia até que a brisa tocou meus olhos Nem eu mesmo sabia que tua alma queima os sonhos ..."

Ponto final e reticências

Por que tua tendência é desaparecer?
Nem mesmo existia até que a brisa tocou meus olhos
Nem eu mesmo sabia que tua alma queima os sonhos
Realidade voa no céu e o sonhar está caminhando.

Tudo está se revirando ao avesso
E tenho apreço pelas coisas novas em cores
Masoquismo saudável é o beijo entre os amores.

Meu carro é lata de sardinha ao mar
Sem destino, sem chão duro nem mesmo rumo,
Mas apesar de peixe fora d’água
É chapéu de baleia na sua serenata de luar.

Cato coco pra por nas costas
Colho pedras como coelho que nasce na periferia
Ganho gosto gostando de ganhar o que já tinha
Caço um laço azul para enfeitar as encostas do mar.

Desenhar nas pedras do abismo
Momentos em que a brisa tocava
Eu piscava e de segundo em segundo
Soletrando meu soneto a esmo
Até mesmo porque eu nem imaginava
Que eu podia o que mais queria nesse mundo.

E eu vi tudo ao mesmo tempo acontecer
Tocou a brisa e pisquei
E o resto da história que só eu sei
Por que será que é efêmero o ato de viver?
E num terceiro ato, numa outra piscadela, vi você desaparecer.

1 de maio de 2011

Do Japão ao Paraíso

Toda vontade de chegar ao abismo
nos remete a dois segundos de sanidade
e uma eternidade de buraco fundo.

Todo buraco fundo
Nos leva ao fim do mundo
O começo do outro lado
É o princípio do campo de girassóis
O mesmo que foi descanso enquanto nós
Corríamos para encontrar o céu estrelado.

Todo buraco fundo
Nos remete a tudo
Mudo o lado do vinil e a música vira esperança
Gargarejo e Temperança é chocolate e lambança
Não dou passos de caranguejo
Mas quero andar ao teu lado, é você quem eu vejo
Beijo, bala e suspiro. Doce como meu tino.

Todo buraco
Mesmo que tapado
Tem jeito de brincadeira
Toda brincadeira tem seu fundo
De verdade de verdade.

Acorde e venha
-Vamos sair daqui. Por que não ser Beija-flor e ser feliz?
Se pular... Que Deus a tenha.
Pularei também enfim.
Aqui é o fim do começo
Lá, contigo, é o começo sem nem meio fim.

O mágico e a Sereníssima

Em um enlace de olhares e indagações
É possível refletir sobre céu e plantas
Não o mar.
Jamais se pode dizer sobre pureza.
Quando dissertar sobre corações,
Saberá a diferença entre o sentido e o sentimento,
Tanto quanto o belo e a Beleza.

O palco mágico de Teatro
Fermenta minha imaginação
Desata minha inocência e traz de volta
Sorrisos e gotas de orvalho,
Engrandece o homem negro a Gobineau
Desmancha todo sangue de toda criatura
Não em vão.
Toda volta quando volta depois de ter dado volta
Mostra-me o horizonte e me apresenta à Contradição.

O flautista sabe discernir o amar e o estar amando
Beija-flor está amando. Tolo!
Bica, mas são delicadas bicadas de passarinho
Que parece beijo de novela, mas tem gosto de sonho.
Deveras estou sonhando,
Pois se Beija-flor está realmente amando
Então o que é amar?

Quando souber colher rosas perfumadas
E montar buquês, saberá o que dizer.
Foi você quem disse que disseram que palavras ditas,
Por mais que repetidas, quando combinadas com rosas perfumadas
São a essência da vida.

No meu dicionário isso é amar,
Mas sem palavra nenhuma.