31 de dezembro de 2010

Ano novo

Não estou aqui para dizer sobre o ano que se passou
Muito menos do que aconteceu
Tudo é novo e não o que sobrou
Só a consequência do que se sucedeu.

É bom saber que não preciso mais perder para dar valor
Nem ser o perdido que se reencontrou
Passo agora a ser o acreditado
Passo então a ter os ideais testados
Passo a ser o último número da equação
Se o final será exato ou não
Dependerá de mim e de mais um alguém
E de mais ninguém.

E se me fortaleço na fé incontestável
Incontestável também é a minha imortalidade amorosa
Que me fortalece e me enaltece a um patamar maior.
Duas rodas e o teto, só isso quero, não só isso conquistarei
O fim disso não sei,
Quem sabe esse seja o começo
Ou então que seja o meio
Meio mais delicioso de saborear a vida em um mundo de dois
O resto, a gente fica sabendo depois.

Viva esse ano intensamente,
Pule, dance, agite sem descanso,
Não é só mais um ano,
É o ano de fazer diferente
Faça que nem a gente
Crie planos e lute pelos tais
Unir a ideais e vencer
Somos um ao outro
O Eu e o você
O descaso e o prazer
E no final quando as luzes se apagarem
Deitaremos numa só cama
E dormiremos para acordar abraçados às nossas conquistas.

Feliz 2011.

29 de dezembro de 2010

Garrafa – o líquido é a nossa mente

Ser por um ato impensado
O querer de palavras indecentes
O saber dos poucos aloprados
O andar dos pés descalços
Doses e doses d’álcool presentes
Na mente frágil e inerte.

Não pensa em guardar seus próprios e suas propriedades
Caem as bombas e nossas cidades
Pessoas indefesas pedem socorro e ninguém ouve
Estão todos preocupados com os presentes
E felizes estão os que não veem os descontentes.

Vista seu terno ou sua roupa rasgada
Limpe o chão que depois de brilhante você estraga
Queime as fotos do passado, ditadura
E mudaremos democraticamente o teor de lucidez
Mas faremos diferente dessa vez.

Toda garrafa com o seu líquido, seja qual for
Só fará efeito pelos goles que você tomar
Só terá direito aquele que quiser tomar
E só valerá o feito se a consequência continuar
Temos em nossas mãos o líquido e o poder de fazer
E só faremos mudar.

27 de dezembro de 2010

Rack – Guardando os novos sonhos realizados

Onde os seus livros da escola não moram mais
Seus cadernos com letras fáceis não tem mais interrogação
Aonde você chorou por tristezas banais
E os problemas de matemática sem solução.

Tudo ou caiu ou foi jogado pelo chão
Com tuas mãos delicadas pedindo perdão
Hoje cruzam seus dedos por oração
Entram e saem os medos e os planos do seu coração.

Aonde as bonecas serviam para enfeitar,
As cobertas de flores te cobriam no frio
Tudo caiu ou foi derrubado por novos ideais
O mundo de uma menina inocente não existe mais.

Já é dia, nunca é tarde,
Basta!
Seu mundo mulher se funde com o meu
Menino de fé, pupilo ateu
É tudo virgindade casta.

Meu mundo de mimos jogados na cara
Consegui minhas próprias coisas, tive tudo na mão
Porque batalhei para ocupá-las
E não porque alguém me deixou em depressão.

Eram dois mundos diferentes, mas sempre iguais
E hoje nosso universo tem um só eclipse
Que não possamos inexistir pelos alheios palpites
E sermos eternas rotações de órbitas naturais.
De um mundo de única patente
Somos o passado e o presente
E o nosso habitado futuro
Para sempre e sempre em nós
Juntos.

25 de dezembro de 2010

Dinheiro (Ser quem sou não tem preço, tenho o que mereço)

Veja meus objetos
As relíquias guardadas nos armários
Custaram tão caro!

Eu cuido do meu futuro olhando o passado
Vivo o presente como se fosse meu
E minha imagem pertence aos outros, tolos ateus
Tenho crença de criança inocente
Irei para o céu acima da terra infernal
Felicidade... é natal
Lucro brutal, sepulcro da inconsciência moral
Isso custa caro!

Veja meu coração bombeando desorientado
Vômito do corpo rejeitado
Velam o meu como se fosse o fim
E choram no meu túmulo como se fosse por mim.

Eu paguei por ter me revoltado
Cobrei por ter acreditado, tive ideais
Morrerei esquecido, vítima da lei humana
Que é por bem, e engana
Eu paguei caro!

De todo o valor malogrado
Sobraram os meus princípios intocáveis
Amor verdadeiro e amigos amáveis
De tudo o que foi vivido, o impagável
De tudo o que foi sentido, o desfrutável
E nunca tive de me preocupar no fim do mês
E vou levar comigo no que penso ser o infinito
Talvez o sonhado paraíso
E que para entrar, pela lei divina, pagamos os pecados.
Porque viver em dívidas?
Resta-nos... Viver e morrer endividados.

19 de dezembro de 2010

25

Enquanto não vinha ao mundo
Passei correndo pelo corredor da pressa
E hoje minha calma me mata de cansaço
E me canso rotineiramente.

Coloquei o pé direito na sala do saber
O esquerdo revoltado foi visitar a ignorância
E mal sabia eu que todo mundo fazia isso.
Minhas mãos abriram as portas da felicidade,
Mas a minha cabeça estava em outro lugar.

E o meu coração ficou ali naquele corredor
Vendo gente passando, indo e voltando
A minha senha era 25 e lá se ia o segundo
E de repente fui puxado para a escuridão
E vi a luz.

Entrei em um lugar de muitos iguais
Apressadamente calmos, sabendo e fingindo não ter ignorância
Felizes conformados com o lugar que seu coração sonhava.

Eu fui trazido para cá à força
Forçaram-me a viver de decepções
Amores e surpresas
Animal sem presas nem ter com o que se defender.
Eu prefiro voltar para a escuridão
Do que ver que a luz cega os meus olhos.

Ao invés de contar as horas pra te ver
Eu prefiro te ver e perceber que as horas ao seu lado são incontáveis.

Prateleira que me coube um dia

A sua prateleira está quase completa
Seus causos e mentiras
Orgulhos e machucados
Mantém os olhos semicerrados
Nada tem nem lhe convém
Quando eu estou por perto.

Se desprotegida está
Temo o dia em que eu disser
Que humano sou
São e sem questão
Maldita imprecisão
Sou atordoado em todos os sonhos
Inimigos de todos os tamanhos
E você só foi ajudar.

Não sou nem ruim nem bom
Marginalizado pela dissociação dos seres iguais
A pedra daqui não cai em qualquer mar
Ela escolhe e se põe a nadar
Segue tua margem, pinta-a em semelhança
Com a minha sedentária andança
Sempre com destino a você.

Tenho tatuagem interior
Fiz para sentir mais forte esse amor
E de lembrar-me da dor de quando fiz
Suo as lágrimas do coração
Corro para o mesmo infinito de antes
Pode ser que eu nunca chegue ao fim
Desde que dê para lhe dizer um oi
Nem que for de longe
Com esperança de você voltar
Ficarei feliz, pois pensei, disse e fiz
E quase morri, foi por um triz
Vi tudo embaçado
Tudo por um amor revoltado.

16 de dezembro de 2010

Provável

Eu consigo dizer
Entre todas as palavras aquela que não existe
Posso saber que estar longe não é estar perto
Que estar perto está longe de ser mal
Posso chegar aonde eu quiser com palpites
Pegue um copo d’água e vá ao deserto
Saberá o que fazer com um pomar de laranjas.

Arrume o seu quarto porque vamos fugir
Eu posso ir aí
Ou então você vem aqui
Desde que eu possa sonhar realizar
Realizarei o meu sonho de ontem à noite
Enquanto você bebia e fazia besteiras
Eu chorava rios e corredeiras
Por uma saudade que trás inspiração
Mas prefiro não sentir saudades
A não ser que você me dê a mão.

Eu enquanto você longe

Eu sinto falta dos seus cabelos
Loiros, morenos, tanto faz a cor.
Sinto falta do teu cheiro
No corpo, na roupa, no travesseiro.
O teu cheiro Amor,
Agraciado pela inconsistência do vento
Mudam a direção e eu seguindo
Persuadido e em conflito
Me encontrei perdido
Olhando pro redemoinho
Sozinho, sozinho, por uma semana
Eu sei teu caminho, te encontro na cama.

Espero que a esperança não seja por esperar
Que seja então a vontade de te amar, de novo
Como sempre foi e cada vez piora
Meu desespero chora,
Mato-me e desbaratino,
Chora coração menino...

Não me esqueço que não dá pra esquecer...
Vem eternizar minha infinita vontade de você.

15 de dezembro de 2010

Nós Amamos

Meu destino não é de ninguém
Nem meu nem do futuro que carrego
Sei que as águas correm ao ponto baixo
Pule na água para se suicidar
Sabendo que não vai morrer
Eu estou aqui em baixo.

Estou olhando para cima
Esperando algum sinal vindo do céu.
Enquanto isso indago meu destino
Que não sei se devo chamar de “meu”
Pois os outros interferem e dizem que é a vontade de Deus.
Mas uma coisa é verdadeira, dessa nunca vou esquecer
Controlo tudo o que sinto, então um amor viverei!

Aquele que arrepia e estremece
Queima o corpo da mente fria
E mesmo enquanto sentia
Tentava esquecer que sentidos tinha
Os meus olhos nada viam,
Os meus ouvidos nada ouviam,
Da minha boca nada saía,
Só teu cheiro respirava,
E te abraçava, beijando-a instantaneamente.
Dilacera o coração que se joga,
Recolhe e acode quando se quebra
E tudo tem um sentido apenas.

Olho para o céu tentando encontrar
Magia divina que marcou aqui neste peito
Emoções me levam a acreditar
Que para sempre poeta viverei
E de todas essas sensações somente uma guardo para mim.

A de poder estar ao seu lado
Talvez esta seja tão indescritível
Que sua ausência seria sentida
Mesmo que não tivesse acontecido.

Creio que no papel consiga
Transcrever todas estas sensações
Mas de amor é feita a vida, para isso basta
Gerar-se qualquer conclusão.
Ao mínimo certifico de que sou capaz de provar
Que para viver algo além do imaginável apenas preciso saber sonhar!



DE: Luiz Aguinaldo e Anderson Oliveira

Esculpir-se

A desinteressante obra humana de si mesmo...

Entende o que quer
Interpretar não é mais o que é
E sim o que parece aos olhos ocultos.
"Descobri aonde foi parar o pensamento"
Não quer dizer que este seja o meu.
Gasta-o com proteínas e suplementos,
O que numa leitura compra a eternidade.
Milhas a mais andadas,
Atitudes premeditadas e surpresas,
Não valem a injustiça de quem detém palavras
Ainda que estas detenham presas.
Por meras a mão no peito, acima do coração,
Não é patriotismo,
É a dor da saudade,
Contenta-se o céu acima do abismo?
Belo rotulado... É apenas o incrédulo coitado
Que nunca soube o que é cair.

13 de dezembro de 2010

Em instantes

Eu espero que esperar não me faça adoecer
Sinto que o que está por vir nunca pode acontecer
Porque você não estava aqui
Ou então eu ainda não tinha visto você.

Jogo dominó embaixo do cobertor
Faço um caminho perigoso
Um esbarrão e tudo cai
Esse é o medo que me atrai.

Falo do passado usando o tempo presente
Uso das minhas loucuras pra provar que sou consciente
Já que nem machuquei as mãos
Vou segurar o vento para que não mude o tempo
E o sol que iluminava vire a chuva que me atrapalha.
Vou sair na nevoada e quero que fique em casa
Quero que volte pro seu quarto
E escreva uma carta extensa
Diz que sente minha presença
E esconda sua tristeza
E quem sabe em alguns instantes
Eu não apareça de surpresa.

Andorinha atrás da pedra

Fui deitar nas margens e encostei-me a uma pedra
Sua indiferença me incomoda
Ela não canta como uma Andorinha solitária
Ela quer ser diferente, mas se cala
Guarda em seu colo uma mente transtornada
Obcecada em demasia
Por aquela Andorinha
Que voou longe sem destino.

Finge estar só, mas ela incitava
Ouvia uma só voz e delirava
De repente virou travesseiro
Aquela pedra daquele canteiro
E quando vi já não era a realidade, muito menos pesadelo
Dormi acordado enquanto acordava sonhando
Encontrei com a Andorinha em voo plano
Seguimos algum caminho e fizemos planos
Navegar em alta velocidade no oceano
Voar na calmaria de seu canto
Escolher coragem ao medo
Trocar o destino da passagem pelo segredo
Não ser miragem, ser desejo.

E enquanto acumulo pensamentos
E as horas insistem,
Homem e Andorinha
Condecorada sinestesia
É quente, gostosa verdade
Esta noite é fria
Cubro-me com tua saudade
De estarmos sempre juntos.

11 de dezembro de 2010

Consciência animal


Enquanto a vida permanece intacta
Os seus olhos continuam abrindo
Alguns continuam andando
A lua acordando enquanto o sol está dormindo
Você tem amigos e inimigos
E eles o têm,
Nós comemos a nossa alma
E bebemos do líquido vermelho,
As veias saltadas
Os olhos serrados
A ética bem longe e a imoralidade ao seu lado.

Somos religiosos e vampiros
Nos conhecemos à partir do espelho sem reflexo
Côncavo ou convexo
Não importa o lado
Você reflete o que seus pais ensinam
Os animais nos parecem
Os seres humanos dominam
Mesmo que assim não fosse
Nada seríamos...

A não ser que toda consciência fosse mesmo consciente
O futuro só se enquadra no presente
Quando o passado cai em amnésia
Pode ser duvidoso, mas é certeza
Somos derivados da natureza
Ela sobrevive se quisermos.

Mas nem mesmo acreditamos que podemos
Enquanto podemos mais do que é acreditável.
Infelizmente somos sujeira não lavável
Mas só somos porque queremos ser.
Quando alguém quiser mudar
E alguém quiser mudar,
Talvez seja possível vivermos dignamente
E não seremos animais domadamente indomáveis
Sem vida e com dinheiro,
Sentindo metade enquanto inteiro,
Fazendo o mal dizendo ser por bem,
Ninguém é igual a ninguém,
Mas mais vale um pé só e um pulo à frente
Que dois e continuarmos regredindo.

Enquanto isso continuo resistindo
Ao irresistível prazer de morrer enquanto vivo
Morrer por ser diferentemente igual
Morrer por termos sido
A causa da nossa própria morte.

Olhos vendados pelo sol

Foi só abrir os olhos e sentir o sol quente
Entrei em coma alcoólico, estou doente
Sempre tive medo de me conhecer
Quando me vi ao espelho atordoado fiquei
E meus olhos que queriam ver um futuro brilhante
Cegou-se com tanta negligência, puramente ignorantes.

Eu enxergo hoje o que ontem era o escuro das minhas manhãs
O pássaro que voa longe
O vento que é furacão
Colapso e apocalipse
Sem nexo eu lhe disse
Sou tão visionário que minha visão me cegou
Um retardatário em busca de um amor
De tanto matar-se se entregou
Tanto que hoje amo
Tanto que amanhã vou ver o meu amor.

8 de dezembro de 2010

Luna

Pior do que não ter você
É ter e saber que não posso
Desfrutar.
Não dou o máximo, não e não
Mas eu dou tudo de mim
O mínimo de tudo
E estou aqui, sempre estive e você sabe
Sabe que sabe que sabe...
Cuidei dos seus sonhos, separei-os
Deixei de fora os que eu não pude ver
Devolvi-os a você para torná-los realidade
E é isso que eu quero de verdade
Nada menos que a sua felicidade.

E logo você que passou de nada
Para tornar-se o tudo que preciso
E eu preciso, só preciso
Preciso de você.
Posso não saber de tudo,
Mas você é tudo
E eu sei de você
De lua e lunática
E foi, é e vai ser sempre assim
Você também precisa
Precisa de mim.

Ninguém vê

Seres abomináveis
Indomáveis e inescrupulosos
Sente saudade, honrados e saudados
Por seus atos baixos, propaganda barata
De quem tem sangue de barata
Você não tem culpa, é consequência inata
De sangue e DNA fraudados
Nunca seremos anjos, sempre soldados
Numa vamos progredir e morreremos machucados
Por não ter nem ao menos vontade
De dar valor
À única coisa que podemos ter com verdade
Não falo de dinheiro
E tem muita gente que vai à igreja para pedir isto
Pobres ignorantes
Somos de coração amante
Destino errante,
Mas temos amor.

3 de dezembro de 2010

Meu lugar

Qual é o meu momento?
O que posso tirar de mim
Se tudo o que eu tinha você já levou
Minha alma, minha alegria e por fim o meu amor.
E o que sobrou?

Sobraram apenas os passos ainda pouco direcionados
Meu único ou até mesmo último destino
Enquanto penso, disperso e paro pra beber
E depois volto até onde eu deveria estar
Perto de você.

Olhos mundanos

Sou os dejetos tóxicos
Faço mal aos outros ou a mim mesmo?
Farrapos malogrados da minha consciência
Indigente é meu crer em um futuro
Com sorrisos talvez
Com murmúrios de alheios indecentes
O que plantei acaba não se estragando
Nem sei se sou mesmo humano
Se for, é melhor eu sair daqui
Ninguém quer a minha presença,
Dizem que minha dramaticidade é excesso
Sinto muito, mas sou eu,
Confesso.
Enquanto vocês leem eu já saí
Eu sabia,
Nem notaram a minha ausência.