Difamo tua acolchoada cama
Engano teus olhares de estrela
Insanos buscando algum lugar na fama
Façamos a tua imagem perpétua beleza.
Desfaço a mala e encontro um retrato
Rasgo e queimo minhas dúvidas platônicas
Refaço-me e num súbito de sanidade... De fato,
Trago meu cachimbo de madeira amazônica.
Descrevo em quatro atos minha certeza
Medos e receios de me perder e esquecer-me
Escrevo versos brancos e rimas sobre natureza
Rimo fauna e flora com amar-te.
Meu último ato foi revelar-me
Seu primeiro espanto foi ouvir-me
Floresceu a margarida e amanheceu a sorrir-me
Revelou-se dona de cartas anônimas a amar-me.
Teu ato, o quinto de uma história
O primeiro beijo não tardou a acontecer
Por conseguinte conquistei minha liberdade... Por que não glória?
Encontrei enfim o sol que procurava ao anoitecer.