28 de maio de 2012

Tão tanto quanto estou




Estou quando... Você me entende?

Quando não vejo ninguém
Quando não ouço ninguém
Quando não sinto ninguém,
Quando não preciso de ninguém
Quando não planejo ninguém
Quando não...

Entendo-me... E você? Estou tão quando...

Quando os “quandos” são Sempre
Quando os “nãos” são virgulas
Quando os “ninguéns” são alguém que não sei quem.

E as reticências são entrelinhas
E as entrelinhas são estrelas
E as estrelas estão tão distante
E o distante está tão perto
E o tão perto é o horizonte
E o horizonte eu não sei onde está...

Tudo é um círculo vicioso
E me vicio em transformar o nada em um pedaço
E no meu abraço, só isso falta...
A falta de sentir falta de saudade
Enquanto saudade é amar...

Ri, mas feliz mente




Distorce o correto
Amasse e corte-o em pedaços
Cole e monte o homem certo
Ame-o, ainda que imperfeito aos amassos.

Distorça a voz consistente
Contorne suas sílabas e jogue
Não permita bradar por amor inutilmente
Conquiste confiança e que a desesperança se afogue.

Não!
Eu não estou pedindo para sonhar
Nem estou dizendo que não sabes amar,
Mas é felicidade quando a dois se quer banhar
Planos e enganos futuros num mesmo mar.

Não conheço quem rime sem ser pobre
Ou que livremente versa com toda riqueza
Afinal, desejo é o vem à mesa
Depois de um bom jantar e olhares nobres.

Sim!
Tal qual é a exatidão do que pretendo
Mesmice do que compreendo
Chatisse do que ouso em sentir
Querendo e mais que querendo, você ousará ficar aqui.

Não confunda o que digo com o que penso
Ainda que pense antes de dizer
Muitas vezes digo por preguiça de pensar...
E sinto!

25 de maio de 2012

Ela




Disfarça esse olhar com pedras preciosas
Caso contrário ele descobrirá que está apaixonada.
Disse eu enquanto Ela o observava no palco.

O foco está nele
Ela o sente como a um poema cantado
Escrito pelo seu coração e declamado pelo silêncio.

Desvia o olhar
Ele vai perceber tudo quando vir
Que o seu coração está correndo pelo seu corpo
E que o suor das suas vestes lhe transparece.

Qual mulher é capaz de amar
Alguém mais que a si mesma?
Ela se odiava.

Certa vez disse isso a Ela.
Ela ficou nervosa e partiu para ele não sofrer.
Eu sabia que ele era eu,
Ela não.

Ocinôri Irônico




Seo Ocinôri gosta de ver sorrindo
Aquele que lhe dá um chocolate
Ele gosta de espelho, pois não vê piolho.
Quando olha o cabelo, não tem!

Quando foi visto andando de costas
Parecia o curupira
Era a sua “alma vagando no tempo perdido”
- como ele dizia -

Seo Ocinôri gostava tanto de metáfora
E pensou-se uma névoa.
Não se enxergou e deixou de existir...
Deixou de ser síncrono...
E numa caída lá de sua consciência
Viu sua vida andar até o início.

Seo Ocinôri odiava o oriente,
Foi coberto pela terra.
Desorientado.

21 de maio de 2012

Versos crescentes ainda quando não crescem




Quanta gente pra sentir
Quando o pulsar deixa de ser um verbo
E passa a ser a única coisa na qual pensamos em não pensar.

Queria que fôssemos grandes amigos
Quanto em estradas fôssemos suas linhas
Embora o enquanto fosse só uma passagem de tempo,
Uma nota a mais do som e sonho.

Existe uma só maneira de não nos apaixonarmos de novo
É nos apaixonarmos uma vez só e deixar fluir como a água dos seus olhos
Umedecendo o pano que enxuga o piano
No qual eu faço essa poesia em forma de canção
De quando os versos crescem conforme a minha entonação.

Eu só queria que tudo crescesse em nós
Mas Deus ordenou que a estrofe final fosse diferente
Que eu ousasse fazer como nem Camões
Que você olhasse como a um limão
Que é acido, mas pode ser doce suco ou um beijo,
Que parece estranho, mas tem gosto de reciprocidade.

Eu te amo na estranheza de te fazer verso enquanto é poesia sem precisar palavrear.


16 de maio de 2012

Amar sem querer




Basta querer?
Tal vez sorriu...
Prossiga com seu papo interessante.
Quanto quer para ficar aqui
Somente conversando a noite toda?

Sua voz suave como vinho de vinte anos
Não me embriago, mas prefiro muitas doses,
A mistura com queixos e lábios
"Garçom traga-me um prato leve de inteligência,
Mas muito obrigado pela entrada de caráter."

Olhe-me mais com seus olhos brilhando
Parece que está em sintonia com Deus
Perfeito!...

Numa simetria justa de amor próprio e doação
Tão caridosa quanto segura de si,
Mas... E o que vem depois?

"Depois veremos mais tarde, quem sabe outro dia.
Agora trataremos de nos olhar
Sujeitar-nos a delirar de sã vontade a nós mesmos
Com nossos planos futuros se coordenando e se embaraçando propositalmente..."
Ela talvez tenha dito isso, mas creio que tenha cantado.
Não sei ao certo... Perdi-me do tempo e do espaço
Enquanto ela ajeitava os cabelos e sorria para a lua.

Mas e se fosse para as estrelas?

Não suporto lembrar deste jantar
Ela me confundiu como a uma máquina
Mal vi a luz e ela já havia desaparecido entre os instantes...
Mas sempre reaparece...

Provavelmente ela não olhava para as estrelas,
Na verdade ela estava piscando como quem havia combinado algo.
Que inescrupulosa!

Indecente!
Ela sabia que eu amava as estrelas.
Ela era uma.

E hoje eu vivo no universo...

13 de maio de 2012

Poema sob mãe




Abraçam-se depois da oração
Sorriem como se a maior alegria fosse esta
Ser a pessoa mais importante para alguém.
eis que uma delas olha para trás,
Para a pessoa ao meu lado,
Para o centro da sua vida,
Para o motivo de acordar todos os dias,
E sorri, e chora e sorri, e chora, e sorri e sorri com lágrimas sorridentes...
Ela está sobre toda aquela vida que criou, protegendo-o, esquentando-o...

Que brilho é aquele?

Arrepiei, e senti meu corpo, meu interior, queimando
Como se eu ardesse alegremente em êxtase
Como se eu me sentisse feliz por estar vendo tão raro momento...
E de fato eu estava feliz...

Como entender o amor de mãe?

Na verdade...
Para quê entender o amor de mãe?
É tão mais fácil senti-lo,
Mais fácil não, mais prazeroso, mais maravilhoso...

Parabéns àquela pessoa que se alegrou e brilhou os olhos ao ver seu filho,
Está fazendo um lindo trabalho.

2 de maio de 2012

Para o frio um aquecedor




Tem quem aquece na prece
Na pressa de ir à quermesse
Encontrar o seu amor
Para que ela o abrace
Cubra-o de beijo quente
Há quem não se aguente
E procure um amor efervescente
Que faça sorrir a lágrima que escorre ao dente
Palavra doce que faz contente o coração da gente

No frio que sinto onipresente
Tal qual consequência é o amor ausente
Distante...

Único ponto é o reticente
Da poesia que quer ser verbo quente
Para o casal que se olha ardente
Pedindo a Deus para um estar ao outro presente
Como se fosse um presente tal conjugação no presente
Deixando-os perto do que seria o para sempre.

Luiz Aguinaldo