26 de abril de 2012

Faça-se sorrir




Desamassa a calça e calce
Perdeste algo aqui ou ali?
Aqui podemos achar qualquer disfarce
Que lhe permita ousar, abusar e sentir fervor
Do amor, de algum ator que o seu coração se sinta.

Mate enforcado a língua que difama
Ama, ainda que sem ver, o que escolhe,
O que dá sentido à veracidade do que é o que se quer.

Moça que matuta até encontrar respostas
Procure perguntas dentro de si, ajunte-as,
Coloque-as sobre o livro sagrado e repita consigo:
“Eis aqui tudo o que duvido, o que não tenho sabido
E saiba que sei que a resposta é o Senhor.”

Não se ajunte ao medo do que fizeste
Nem sempre ganhaste como nem sempre perdeste
Vá e faça com que seus irmãos, seus amigos e sua razão saibam
Que Aquele de quem falas é o que responde quando salva.

Menina, vou... indo a passos rasos...
Vou levar amor para outros lados.
Amor que vi na árvore dos céus
Amor que escolhi, Amor que recebi,
Amor que cai do alto sem pedir,
Amor sem assalto, Amor que eu permiti.

Permita-se Amar, bem como escolher amar
Tanto quanto ser amada é doce
É também saboroso é a visão do que vem.

Ajoelhe e entregue,
Não pegue nem desapegue... Escolha!

Não matarás a ti mesmo, digo-lhe agora,
Pois Ele amou o mundo de tal maneira
Que entregou seu único filho para morrer por vós.
Foi isto o que João me enviou para ler,
Não se contenha, você pode ler também.

Agora durma, pois Ele estará ao teu lado.

Faça por Ele, faça com Ele,
Faça-se sorrir, permita-se!

17 de abril de 2012

Liquidificador






Se eu fosse escrever aqui
Muitos versos sem estrofe
Sem pausa nem metamorfose
Tiraria de mim meu sumo
Um suco viciante do que sou
Juntaria com o mundo e o que eu preciso dele
Colocaria num copo todo o líquido que eu batera
Ele saiu vermelho vivo com gosto de suor doce e frio
Daqueles que me arrepia e causa calafrios
Só de tocá-lo em minha boca já sinto um tremor
De beber do que há em mim
Dessa vontade louca e pura
De dar as mãos, tocar-lhe os pés,
Deixar rolar a sorte e o revés dessa mistura
De nós... Desse insaciável Amor.

15 de abril de 2012

Madrugada de verdades




Não procure nada de perfeito em mim. Eu não tenho. Eu faço coisas das quais nem eu mesmo acredito. Não me procure nos seus sonhos, muito menos em uma imaginação à cavalo branco. Sou de pele e osso, sou pecador arrependido, sou doce, mas, por favor, não economize nos chocolates, Sou sincero e quando quero fico quieto para não discutir, aliás, odeio discussões. Não me permito ser chamado de meu amor antes de uma bela conversa, ótimas risadas, um suco ou um vinho (que dá um toque mais especial), conte-me sobre o que queres e quando eu contar o que eu quero não se enfureça ou me esqueça para tudo há um consenso. Ame a Deus, assim estaremos muito mais próximos e apartados. Eu erro, mas uma borracha de coração em papel de razão pode ajudar. Quem sabe depois do primeiro primeiro e último sorriso não possamos cruzar os nossos dedos, entrelaçados numa união de escolhas a dois e assim possamos nos chamar de amor, sermos amor, darmos amor, sentirmos amor, recebermos amor, e assim saberemos que não há definição concreta para este, mas podemos procurar. Que tal começarmos por um cinema ou um piquenique?


14 de abril de 2012

Inexistência que possa existir


Imagem: Olhando para o infinito
Autor: Andreia Santos


Eu,
Poço fundo do amor
Desagregado da minh'alma em transe
Trançada sobre o desenho do meu DNA.
Cai, caai, caaai, caiiiiindoooooo ...

Reticências marcam o fundo do coração
Caíra alguém por ali
Espatifara-se e não se encontra mais.

Há alguém perdido no mundo?
Perdido de si mesma em alguém?
Talvez se ache em mim,
Mas ainda que se prostre a Verdade enfim
Tal Mentira será amar-se em meus olhos cintilantes.

Não discutam casos de amor entre as madeixas esquecidas de uma estória
Tampouco antes foras uma inverdade que sonhei num travesseiro outro
Tão grandes versos versificados velada pela verossimilhança de não me ser eu
Tantas palavras sem nada explicar.

Desagrega,
Não
desapega,
Me puxa,
Duas linhas
Duas palavras,
Me cega
de amor,
Me abre
a visão.

Pode Deus me fazer tão imperfeito perante os homens
E perfeito diante Dele?

Que eu fosse então um barco à vela
Assopra-me, me leva
Aonde o sol é chuva de trégua
E a lua, nua, sua o céu de alegria.
Ousa-me, me suja de terra
Ainda que eu caia de sono para manter-te viva.

Não se desfaça apenas por eu não ser nada
Não sou o suficiente para mulher alguma
Não sou o que ninguém procura,
Mas talvez quem me ache...

Ama-me
Me ame
Me ama-me a mim
Como amar-te-ei a ti
Assim como amar-me-ei a mim
Egoísta e por você.
Uma sobra no céu escuro
De nós dois num piquenique
bailando a sós, sem voz, sem nós, só nós, nos nossos sonhos, algoz.

2 de abril de 2012

O homem que vê sem olhos




Eis o homem no buraco entre pedras
Escuro, faltando ar, sozinho.
Homem que só sai à noite
E continua a enxergar apenas a beleza do céu negro.

Cai a pedra e ele a levanta
Então se fortalece, seus músculos enrijecem
E não procura entender.
Atira-se ao prático, cômodo e prazeroso momentâneo,
E continua à margem da ignorância, da soberba,
Da luxúria, e da vaidade, e da crueldade, e da arrogância,
E da falta de fé misturada com a fé no homem
O homem igual ao homem
E assim o mundo corre, não para, não cessa,
Não se rende ao tempo e o tempo livra-se de si mesmo.

Quando o homem souber que a sua força física
Não viverá para sempre,
Mas que o seu crescimento intelectual pode durar
Para sempre todos os dias.
Daí então terá ele a chance de ser atípico ao dia a dia,
Contudo ainda não poderá mudar o mundo.

Eis que o homem crescendo intelectualmente aprende a pensar
Então passa seu conhecimento à frente,
E o próximo à frente, e o próximo à frente,
E o próximo à frente, e o próximo à frente,
E assim vai continuamente.
Eis que futuramente...

O mundo estará mudado!