31 de dezembro de 2011

Feliz 2012!!!



Quando alguém te fizer chorar
Quando alguém te fizer perder
Quando alguém te fizer pensar que o amor não existe
Quando alguém te fizer desistir... E tantas outras coisas
Lembre-se que foi alguém
E alguém é ser humano
E todo ser humano erra
E não é por isso que você deve guardar raiva, rancor, ódio,
Até por que se formos parar para sentir isso
Estagnaremos...
Pararemos num longo espaço entre os ponteiros do relógio
E quando dermos o próximo passo, este pode ser o último.

Todos erramos, todos acertamos...
O que realmente importa
É que todos estejamos sorrindo a cada segundo
E dando passos para que o caminho da vida nunca nos leve à morte,
Mas sim para a vida eterna.

Feliz Ano Novo!

Luiz Aguinaldo - Maestro

28 de dezembro de 2011

O que é tudo e nada?


Eu sou o criador de versos incompreendido
Todos dizem que não sou inovador
Tudo o que digo é o seu sorriso,
Tudo o que penso é seu jeito,
Tudo o que procuro é o seu olhar, penetrante,
Tudo o que é tudo é você...

E não me sobra nada
Nada nas entrelinhas das palavras
Palavras que não significam nada para ninguém
Nada é o que existe sem você...

Entre o tudo e o nada
Não há brechas,
Não há distância.
Entre o tudo e o nada...

Nunca vou poder escrever coisa outra
Nunca vou poder dizer tudo
Nunca... Nem por um segundo consigo pensar em nada.

Enquanto houver esse mesmo sorriso;
Enquanto houver esse mesmo olhar;
Enquanto houver esse mesmo jeito;
E se não houver mais, morrerei.
Tudo e nada serão pequenos demais para mim.

E não caia em pensar que nada muda.
O meu coração continua do mesmo tamanho,
Mas o que não vês
É que o meu amor já está além do que pode ver,
Muito além do que pode pensar,
Muito além do que imagina,
Muito além de nada e de tudo...

O meu amor está além de mim...
O meu amor está em você.




27 de dezembro de 2011

Reciprocidade entre o silêncio e as palavras

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Tua quietude diz tudo
Teus lábios inertes respondem ao que penso
Teus pensamentos atônitos e confusos traduzem o que sinto
Sinto-me tão pouco quando sou todo
Sou todo o mundo em volta de ti
Sou diferente do mundo... Quero te abraçar...

Sou o poeta que respira palavras,
Mas por ti usaria do silêncio como cobertor na noite fria
Morreria? Não sei... Acho que morreria!
A pena valeria... A dúvida não me assustaria
Enquanto tenho a certeza de que morrer por amor
É viver eternamente.

23 de dezembro de 2011

Uma foto que tirei

Imagem retirada da internet


Eu pedi para ficar sozinho
Quem não quer a liberdade de amar sem ninguém?
É tão mais fácil dizer eu te amo para mim mesmo
Gostar dos meus próprios versos cantados
Ou dormir abraçado no travesseiro macio
Sonhando acordado com a foto que eu recortei
De quando a gente nunca se viu
Era eu e um sorriso meu, mas que não era para mim
Era um sorriso de uma foto, guardada, parada, estática,
Para guardar longe da estante, sem frio, sem brio, só rio...

Eu desejei correr sobre o campo de girassóis, a sós,
Sem o ‘nós’ que nunca existiu.
Sobrevivi ao soterro do dia que tardou cedo e vazio
O galo só cantou ao meio dia, sem voz...

Perguntei ao dono da dúvida se ele tinha ouvido
O barulho que ensurdece do sono do poeta semi-vivo
Ele nunca ouviu os acordes suaves, da melodia bela grave,
Ele apenas sentiu o vento frio-quente, ele viu a gente,
Poeta e semente, como uma flor cantada sob o bico da ave
Que passava voando, planando boba sobre a sombra.

Procurei dar os passos de acordo com o tempo
Passei a procurar o tempo para acordar
Dormi um sono sem sonho, e me realizei,
Porque na realidade foi esse sono que sonhei
Pensando em te escrever, em cantar para você.
Pensei em você cantar para eu escrever.
Você pensou numa canção para a gente se amar.
O amor é uma ousadia, uma corada bochecha sadia,
Da vergonha em cantar para o mundo dos nossos sonhos ouvirem,
Porque os nossos sonhos não pensam, eles acontecem por querer.

Tudo se resume num travesseiro
Que persuasiva marcou seu cheiro
Só para eu não querer dormir...

Eu nunca mais fechei os olhos,
Nunca mais quis que fosse um sonho...
Mas não era sonho...
Era só você me abraçando feliz.

22 de dezembro de 2011

Medo do tempo

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Eu não gostaria de vê-la dormindo com esse medo,
Mas não se afaste dele... Pode ser preciso guardá-lo.
Mas se achegue perto de mim...
Eu posso não saber toda a verdade, mas porque não quero.
É muito mais prazeroso surpreender-se que descobrir.

O tempo traz consigo toda nossa planta crescida
E nos dá a oportunidade de colhê-la.

Não se esqueça de deixar a janela aberta.
É por ela que os nossos sonhos ganham realidade.

Eu poderia protegê-la do seu medo
Virar guerreiro armado e ter um exército para matá-lo,
Mas eu prefiro o impossível
E quando o impossível deixar de existir... Morrerei!
Pois quando o inexplicável dormir, nada mais será encantado.

Não se deixe levar pelo frio que o seu coração treme.
Pegue a minha mão e a faça de cobertor.

O tempo e o medo são inconstantes que teimamos em contar.
Não me conte sobre o tempo.

O tempo e o medo são uma faca de dois cortes.
Não os use para matar... Dê-os a mim... Que eu arrancarei flores para lhe presentear.

Quando há surpresa

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Chega o outono e as folhas caem
Toda clorofila se desfaz num gesto de desprezo
E vejo o coração humano vivo nesta mudança.

O vento sopra os cacos do coração
As tais folhas que um dia fizeram sombra para um beijo sincero
E hoje elas são secadas pelo calor do sol que a nuvem não cobriu
Não que ela seja má, até porque ela já trouxe chuva para os amores molhados,
Mas porque nem mesmo a saudade é sincera,
Nem mesmo a solidão é uma megera...
Ela apenas não crê em si mesma... Nem mesmo nós cremos em nada...

O tempo... Sim o tempo...
Que acompanha as frações e os frisos de olhares
Maldosos, maliciosos, inocentes e de crianças adultas.
O tempo dá as mãos para o vento na caída de cada folha, de cada flor,
Do seu aconchego ao chão marcado pela ausência de alguém,
Dá as mãos como um casal que promete eternidade e morre no para sempre,
E se debruça nas lágrimas da tempestade que traz frio...

E quando parecia que a noite seria enfim o silêncio da perdição,
De dois nadas, de dois destinos cruzados entre várias agulhas e linhas,
De suavidade pedra e brutalidade macia, de dois lados e um motivo de dois,
Eles correm pela chuva cruzando o espaço e o tempo.
E tudo para... Menos a chuva e suas mãos dadas
Girando seus corpos como se o infinito fosse um mero expectador da esperança.
Se abraçam... Os corpos sem sintonia alguma...

E outras gotas de gostos diferentes bailam entre o vento e seus rostos.
Doces brutos toques alcançam a macia face corada e secam o molhado infinito,
Foi como tocar um coração com a mão de sua alma...
Um sorriso...
E toda a natureza que pregara sua peça sobre o que foi criado,
Se rendeu à grandeza de duas forças apaixonadas...

Não houve chuva, nem tempo, nem frio, nem outono,
Nem o trem, nem muito menos qualquer estação ou distração da verdade...

Todos se renderam ao invencível...
Todos... Todos...
Todos ouviram dois dizendo por um...
Todos descobriram através de dois...
Todo amor.

Como sentir


Hoje é saudade, é desespero
Amanhã é carência, é exagero
Depois é o tempo que não é agora
Agora pode ser também o momento de depois.

Amor.

Posso não desejar tê-la e querer-te
Posso não desejar possuí-la e possuir um sentimento arrasador por ti
Posso não e posso sim
Não posso...

Acordar e não te ver ao meu lado
Levantar e sonhar contigo dormindo
Tenho paz? Olha só o meu estado!
Minha tristeza pode ser não vê-la sorrindo.

Se formos parar para prestar atenção
Nas dualidades da confusão
Não perceberíamos que há amor
No meio de toda essa.... Confusão.


21 de dezembro de 2011

O mínimo da história



Eu vou contar sobre uma passagem da minha vida, talvez irrelevante, mas de grande valor. Vejam, um menino de 6 anos aproximadamente, feliz, brincalhão, bobo de tudo, um dia é chamado pelo seu pai para ir ao cinema.
Ele toma banho, é trocado pela sua mãe, assim como também seus irmãos, e vão para o cinema. Adentram a uma sala simples no centro da cidade, compram pipoca e ficam sentados e com os olhos fixos em uma tela enorme ("a maior tela do mundo, né pai?"). EM cartaz 'Simão, o fantasma trapalhão'... A felicidade é enorme e contagiante.
Ao chegar em casa, todos felicíssimos, o menino, na sala de casa começa a chorar, seu pai vai ver o que ele tem, senta em uma poltrona de sofá antigo, o coloca no cola e pergunta o que havia acontecido e o menino diz:
 - Pai (Kleber Luis Cuaglio), não foi nada não.
 - Você está feliz, filho - pergunta o pai
 - Sim pai, muito. Hoje é o dia mais feliz da minha vida.

Eis uma pequena passagem de uma história de um menino muito emotivo, sensível, brincalhão e às vezes nervosinho.
Ele depois disso foi à escola tentar tirar as melhores notas para mostrar para seu pai, não para ganhar 2 reais a cada nota A ou 10, mas para que o pai sentisse orgulho dele, mas o pai nunca disse isso mesmo que assim se sentisse. O pai dele ia ver os jogos dele de futebol, sempre criticando e de vez em nunca dizendo 'hoje foi bom', mas o que ele não sabia é que era por orgulho pelo filho e queria que ele crescesse mais. O pai dele um dia o chamou de burro, mas por uma coisa besta, situação de momento de raiva, o menino chorou e disse que ainda iria "esfregar o diploma na cara do pai". O menino estudou bastante, e conseguiu então uma chance de cursar uma faculdade (coisa que o seu pai não tinha condições de bancar) de graça e compartilhou da alegria com o pai que no momento permaneceu intacto, sem demonstrar emoções. Esse menino teve que escolher um dia entre os pais e alguém, e pensando no seu pai ele escolheu a família sem dúvida alguma. Alguns dias depois, depois de tantas conturbações entre pai e filho e um amor inigualável, o pai, tarde da noite estava um pouco mal, ele se preocupou e pediu para levá-lo ao médico, mas o pai não quis dizendo que estava bem. No outro dia de manhãzinha, o filho iria trabalhar mesmo sendo seu dia de folga... Preocupado, antes de sair de casa abriu a porta do quarto dos pais, viu que ambos estavam dormindo e deu um beijo em cada um, bem devagar para não acordarem. No trabalho recebe uma visita de um parente dizendo que o seu pai falecera.
O menino nunca mais então teria uma bola de futebol, uma bicicleta, um futebol na chuva, broncas, tapas, cinemas, dormir na cama do pai com seu cheiro no travesseiro, dormir na barriga do pai, ser chamado de "Gordo", e muito menos chegar no dia de sua formatura e ao invés de esfregar o diploma na cara do pai, entregar o diploma a ele e dizer: "Pai, esse foi para você, foi por você. Muito obrigado por me fazer quem sou!"

Pai, eu te amo muito (infinitamente).

Cante essa canção


Imagem retirada da internet


O solo foi tocado em uma nota só
A melodia é a nota vesga que alcança o sol
A letra torta em uma folha de papel qualquer
Revelam a ira do revolucionário que culpa o Estado
Por deixar ir embora o seu amor e este passar a andar a pé
Pelas estradas, pelos serrados proclamando a fé
Em um amor aquém das histórias de novela.

Virou marujo dos sertões e andarilho da noite
Passou a beber da saudade do seu amor
Enquanto debruçava sobre a folha uma taça de vinho
Escrevia por horas uma história para que ninguém visse.
Talvez ele já estivesse sentindo que dormiria sozinho
Pelas noites entre seus medos e os sonhos daqueles carinhos,
Dos afagos no cabelo e dos beijos lembrados de demora.

De sonho em sonho, de cidade em cidade,
Eis que encontra a pista para a felicidade
Não sabia o tamanho, nem mesmo a dualidade
Escolher entre um sonho vazio ou um sono cheio de saudade.

Numa árvore de flores azuis, ao lado de um pé de amoras,
Uma metade de coração desenhada no barro,
Sentou, não acreditou e ficou contando as horas
Entre uma estrela e outra, uma lembrança e um suspiro de abraço.

O prosador de contos solitário
Ouve um grito desesperado,
Corre desarmado para o infinito,
Enfim encontrara sua inspiração do princípio
De dias a esfomear de amor
Desenhou a outra metade do coração de barro
E fez surgir um lindo vaso para a flor que reencontrara
De um novo tempo, de outros ventos,
Para o tilintar das taças no ano que começara
 A fim de terminar uma nova canção,
Outro fim para a história,
Outro lema para a revolução...

Quando as nuvens trouxerem chuva forte
Vá até o meio da rua e cante essa canção.
Quando encontrar o amor para além da morte
Vá para aonde há chuva... Leve-a...
E una nas lágrimas das nuvens dois eternos corações.
Una em duas saudades um encontro
Una em duas notas, uma melodia...
E cante essa canção.

19 de dezembro de 2011

Entre o que estava escondido


Eu quero que a saudade se torne o motivo da sua volta
E que os mares sejam um torpe sonho de ninar
Numa noite de maré alta e terremoto interior
Eu quero que a vaidade se afaste do nosso amor
E que a terra padeça sob os pés dos céus sem culpa
Num dia ensolarado de semana com direito a água para nadar.
Vou mergulhar entre os pedidos e os desejos
Vou caminhar sobre o perigo e seus medos
Irei buscar o infinito com a ponta dos dedos
E com os mesmos tocar em cada um dos teus segredos
Abrirei esse baú de tesouros escondidos
Pegarei para mim apenas o coração partido
Colarei os pedaços e colocarei na minha estante
Não como um troféu, mas como uma lembrança
Assim como o sorriso é conquistado por uma criança
E todos saberão que reconstruí o que há muito estava guardado
E fiz dele o maior pulsar:
O pulsar de um apaixonado que descobriu o que é amar.

Sair para entrar, ciclo vicioso



A vida é uma simples complexidade
Entre ser, não querer ser e deixar de ser para ser.
Se algum dia você quiser fugir disso, saiba
Que tudo depende de como você vai.

Se for a pé, não irá tão longe e gastará muito tempo;
Se for de bicicleta irá um pouco mais longe,
Mas ainda assim em muito tempo;
Se for de moto ou carro poderá ir bem longe;
Se for de avião quase não há limites;
Mas se for com a mente e o coração
Você poderá até ir a lugares que achava que não existia.
Fugir é não descobrir o que poderá vir,
É deixar de ser o que deveria de fato ser,
E descobrir que a fuga da vida
É apenas a partida para uma nova vida,
E que tudo o que precisa ser diferente
São as suas prioridades.


Homenagem à conversa que tive com Eloísa Ricci, a escritora dos sonhos.

15 de dezembro de 2011

A história é simples...

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Um cara ama uma mulher, demora para conquistá-la, mas consegue.
Eles namoram, noivam, se casam e vivem juntos.
Têm filhos, netos, bisnetos, tataranetos, tataratataranetos.
E ele faz o seu aniversário de 100 anos e diz para ela:
- Faz 100 anos que eu amo a mesma mulher.

Ela estranha e diz:
-Mas estamos juntos há 80 anos. Não há como você ter me amado por 100 anos.

Ele diz:
- Eu sempre quebrei todos os paradigmas da vida meu amor. Eu já nasci sabendo que amava alguém, só não sabia que era você. E quando finalmente consegui te conquistar descobri que já a amava por 20 anos. Ninguém entende o coração e muito menos Deus. Ele foi quem me disse que a minha vida, ou no mínimo o ar que eu respiro teria de ser você, por isso eu nasci, por isso eu sempre a amei desde o momento em que respirei pela primeira vez.


de: Luiz Aguinaldo

Cada parte de mim



Eu fui capaz de me melhorar
Nunca mudei o fato de eu ser assim
Mas enquanto alguém dizia que eu tinha que mudar
Eu pensava em você...
Você me aceita assim?

A garoa que escorre dos olhos do céu
Cai e grita pela longa distância de tempo,
Estrada de asfalto ou qualquer estrela no céu
Esse é o caminho que terei de percorrer
Para olhar nos seus olhos mais uma vez...

Zilhões de motivos me pedem para parar
Outros milhões para desistir,
Mas enquanto eu for um almejando ter mais alguém
Eu vou esculpir seu sorriso nas pedras preciosas,
Vou desenhar seu olhar em qualquer nota valiosa,
Escrever seu nome nos bancos de ouro,
Mandar cartas suas para o céu,
Dizer o quanto maravilhosa é entre as flores,
Traduzir o que você é nas capas dos livros mais valiosos...
Só para o mundo perceber que para mim
Você é a mais bela, mais valiosa, mais ornamental,
Mais maravilhosa e indescritível...

E que o fim do mundo possa tentar te levar
Para onde eu nunca possa te encontrar,
Mas saiba que você sempre estará aqui,
Você faz parte de mim
E nada poderão fazer para isso tudo acabar,
Pois além do fim do mundo...
Eu jurei te amar.


12 de dezembro de 2011

A sólida verdade que transborda

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O universo é finito,
Pois se nos limitamos a dizer que é universo
Logo sabemos o que ele é e fim.
O infinito é finito,
Pois sabemos que a dimensão dele é imensurável.
A rosa é de fato rosa
E não é porque ela tenha outras cores que ela não seja rosa,
Afinal, você nunca parou para ver como ela é por dentro.
O mar azul sim pode ser verde
Ainda que transparente
Pode ser frio,
Pode ser quente,
Pode tanto ir além do horizonte
Como pode também se só da gente.

Mas estive pensando
Sabendo que não há como pensar.
Tudo culpa da minha esperança de te amar.
Ah! Isso sim pode ser infinito,
Se é que o infinito existe,
Afinal, eu nem sei o tamanho do que sinto
Se é que sinto, se é que vejo, se é que existe
O importante é que os meus sonhos não terminam
E os meus sonhos são você.


Quando é reflexo um do outro

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Há um vidro quebrado no chão
Seu formato é tão diferente quanto meu amor
E não me importa se ele poderá me ferir
Eu vou deixá-lo ali,
Naquela mesma calçada
Para que eu possa passar por perto
E ver o seu reflexo
Me olhando e a sorrir.
Eis a grande diferença de estar amando
Percebemos quando olhamos cacos de vidro
E entendemos um ao outro
Como se fossemos um espelho.

8 de dezembro de 2011

Construção

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É com palavras que os castelos se levantam
“Força!”, “Para cima!”, “Parabéns”
E com as palavras os Poetas se exaltam
Constrói para suas princesas castelos, jardins e aquém.

O Poeta não derrama lágrimas suas
Somente perde as palavras que derretem de seus olhos
E para Ele não há versos e estrofes longas nem curtas
Simplesmente uma ligeira bebedeira de sentimentos sóbrios.

Sou poeta, mas sem a grandeza de um.
Sou um alguém qualquer, mas Poeta.
Nas estradas do meu destino, meu coração é seta
Indicando o caminho de direção incomum.

Encontro linda moça chorando discreta
E lhe pergunto o que aconteceu.
“Descubro que seu coração é maré deserta.
Prometo-lhe meu mundo, tão meu quanto seu.”

Foram versos e mais versos, alguns sem palavras,
Poemas e mais poemas,
Mas a maior construção do Poeta
Foi construir o sorriso verdadeiro da mulher amada.

7 de dezembro de 2011

O motivo

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O seu sorriso é o meu motivo
Um motivo é o que eu preciso
Sempre preciso de um ombro amigo
Amigo, por isso te digo
Que dizer não basta
É preciso que eu faça
Ela ver que eu estou aqui
Aqui e aonde ela quiser estar
Estarei cuidando dela
Como o vento cuida do mar
Faz a vida se mover
E olhar o Sol,
Juntos na areia da praia
Para que eu veja o último sorriso
Antes do Sol se pôr
Por que já sinto saudades?
É porque a saudade é a lágrima do amor.

Chora... Chora e sorri
Nada disso é história
Cá estamos, aqui
Nos amando na lua da praia.

24 de novembro de 2011

Carmim

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"O meu coração arde
Uma sensação indescritível
E esse vermelho intenso invade
Camim, um amor inconfundível"
            - L. A.-



Vejo como os seus olhos são redondos
De um formato circular instigante.
Fazem ilusão à minha tormenta,
Esta loucura que me arranca os cabelos.
Dão, sem dúvida, o sentido do meu pulsar
Explicando para minha razão
[de que não há como voltar.
Circula infinitamente, não cessa!


Os verdes campos têm suas cores ofuscadas,
Não pelo brilho do Sol universal,
Mas pelo brilho do seu.


Não é de nenhum espanto que tenha
Todos os dentes unidos a fim de me seqüestrar
E ainda há quem me suponha (falo da minha (in) consciência)
Que o nome disso é sorriso,
Sim, sorriso é que é o nome disso.
Só o riso nunca seria o bastante para me enlouquecer.
Não a tal ponto...


As curvas dos teus cabelos,
Essa mescla de castanhos e luz.
Nisso tudo há três tipos de luzes:
A que acende, a que apaga, e a do seu coração.


Como não percebes que rio,
Assim, bobo, quando você acha graça de alguma palavra minha?
Nem mesmo pareço eu
Que rio rios de todos os risos,
Pois quando rio da sua alegria,
De quando parece que fui eu quem o fez,
Vale-me mais do que qualquer verso,
Vale-me montanhas e todos os seus ventos; dispersos...


Tocar seu corpo escultural
É ter presenciado o ápice de minha coragem
Ter a delicadeza de um gigante
Com a vontade de protegê-la sem quebrá-la, ó escultura.


Tenho em minhas mãos o espelho,
Para que eu coloque um retrato seu
Ao lado de minha face horrenda,
E nele possa nos ver juntos,
Possuir o igualar de todos os meus desejos
E poder dormir...


Mais do que dormir
O sonho vem a mim como um caminho
Sob o qual posso andar sobre as rosas,
Sentir nelas o seu perfume
E recolher apenas uma pétala... E seguir...


O final dos passos incertamente reais
Farão com que a pétala se transforme.
Eu o embrulho. Entrego em suas mãos,
Beijo-as cordialmente,
E quando abrir verá
Que é o coração de um homem entregue
Ao amor, dado de presente.

21 de novembro de 2011

Cara de amor

Eu sou multifacetado
E todas as minhas caras faço
Quando você passa do meu lado
E se não mostrar eu guardo
Enquanto você estiver distante
E quando chegar mais perto
Não verá só minha face,
Mas também meu coração
Cor de rosa com espinhos
Que erra, mas sempre estará contigo
Porque é assim que o amor acontece.

Forma de soneto sem forma

Constante como a brisa seca do futuro
Certo como a indelicadeza dos meus erros
Cego enquanto vejo meu coração acelerar
Surpreso enquanto nego amar.

Eis a teoria da falsa verdade do "eu"
O poeta descontrola-se
Ludibria a si mesmo, assim como prometeu
Nunca amar.

Consola-se
No leito de sua certeza envergonhada
Cravada sob o banco de um jardim.

Aflora
A maestria da sua timidez enamorada
É como a antítese de poder viver sem ti em mim.

15 de novembro de 2011

Pensar é o problema do sonhador

Estou pensando...
E não conseguindo pensar ao mesmo tempo
É assim que acontece quando existe a solidão
Ela acaba deixando ao pó, o coração
E à chuva, os olhos.

A solidão é uma fonte sem água.
Ela não tem a beleza que procuramos,
Mas temos a ela.
Ela é linda, convenhamos,
Mas a sua beleza cansa,
E acabamos por sentir falta de água,
Falta do sabor oculto do gole puro,
E esse sabor sem gosto tem apenas um nome.

Tem o nome, mas não o tenho
E caio novamente no pensar
Sem mesmo estar pensando.
É a causa de quem entende que o nome é amar,
Até sabe o que é isso,
Mas não sabe explicar.
É saber o que é o vento
E nunca poder tocá-lo,
E assim mesmo ser tocado por ele
E ele nos leva aonde alguém sente a mesma coisa,
Mas ela não sente a gente
Porque a gente está no meio do vento.

Sim, penso demais
E ainda fico louco,
Pois os loucos não pensam,
Cometem loucuras sem pensar,
E a minha maior loucura é estar amando,
Amando sem saber,
Amando sem amar.

Culpa sua



Tive o livro sagrado nas mãos
E aprendi a confessar os meus pecados, os meus erros desvairados,
E trago a consequência dos meus goles inóspitos
Trago o ar que tu poluis com tuas mentiras da boca pra fora
E... Enfim...
Caio do penhasco do teu coração,
Pois foi ali que plantei o meu câncer
Foi ali que decidi criar a árvore e colher os frutos
E ali mesmo você fez com que meus olhos chovessem
Chovessem de desespero, angústia de não ser visto
Ali tomei juízo... E o meu pecado, mesmo que seja a minha mordaça, não me satisfaz
Pois meu coração agora é negro,
Meu coração é frio e só
Tudo e tudo... Envolvidos em uma única coisa que eu quis
Só te amar.

13 de novembro de 2011

O álbum da noite


Sentado frente à janela
Sentindo o vento frio da noite
Que conquista lá fora a luz de um infinito universo.
Há em algum gramado, namorados olhando suas estrelas,
Enlaçados em um abraço que esquenta a sorte
E mergulhados num afago de um coração imerso

Na água que eu mesmo bebi
E nem por isso vivi,
Muito menos chorei.
Sinto dizer que me confundi,
Mas eu sobrevivi
E me apaixonei.

O galo canta a canção d’Aurora,
O sol chama a lua para ir embora
E desperto alegre e com calor.
Vejo no espelho as letras de batom da Senhora
Dos meus sonhos que outrora
Me convidou para sentir o amor.

Eu não sei o que ele é,
Muito menos como senti-lo de verdade
Vivo em outra realidade
Em que não tenho coragem
De mostrar as minhas mãos geladas e tremendo
Do quanto estou sofrendo
De que a esperança de tê-la comigo é fé.

Eu cansei de gostar de quem não me vê
E de não ver quem gosta de mim
Eu não queria que fosse assim,
Mas tenho que dizer
Que só existe vida se o espelho refletir
Nós dois em divisões de um só momento...

Primeiro beijo, primeiro abraço
Primeiro sorriso que revela a felicidade em seus traços,
Primeiro amor de verdade pelo qual me desfaço
Primeira vez em que sorrio num retrato
De fotos do nosso futuro namoro e casamento.

8 de novembro de 2011

Será canção



Querer estar num tufão enquanto a sua vida está transtornada
Sem saber qual a direção da vida
Sem saber o que é a vida e o que ela quer de você
Perder-se no meio da solidão e enxugá-la
Parecer perdão, mas serem apenas palavras jogadas
Como se tivesse alguma importância
O que você é ou o que você gosta
Se ama ou se pretende doar seu coração.

A canção é só um protesto
Um passo para revelar ao mundo a incoerência dos seus atos
Seu ego eu detesto
Detesto sua ideia de que o mundo é seu
Eu quero ser o seu mundo,
Mas você disse não para mim.

A canção é só o resto
Dos meus pedaços refletidos no espelho quebrado
Seu sorriso guardado
Seu beijo devaneado entre as flores que eu guardei
Tudo é incerto
E como a vida incerta não quero ter a certeza de que vivi
Apenas a certeza de que amei.

7 de novembro de 2011

Desespero

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O que fazer para recuperar minha sanidade?
Qual o porquê de tanta confusão?
Sinto que nada está no lugar
E ainda assim não acho nenhuma peça em mim que se encaixe.

Não sei de significados,
Mas os nossos significantes parecem ornar
Como se a constelação fosse ilustrada de luas e sóis
E o astro rei fosse a sua estrela que brilhasse sobre o meu mundo.

Pode ser que o seu sorriso seja apenas um disfarce
Eu, um bobo qualquer, cairia na armadilha como um pato
Mas para o governo do mundo, adoro teatro.

Pode ser que eu a ame de fato
Pudera eu com esse amor sanar-me
Mas com teu sorriso me engano, derreto e me desfaço. 

4 de novembro de 2011

Confusão



Eu sinto uma coisa estranha,
Bem estranha por sinal,
Ela vai apertando o meu peito
E a minha mente entra em colapso
Aparentemente o mundo vira por si só
Substancialmente nós somos quem fazemos o nosso mundo girar
E surpreendentemente sinto como se alguma coisa me impedisse de girar.

Alguma coisa poderia ser alguém
Ou alguns que não sabemos quem.
Alguma coisa pode ser o passado, o presente,
Ou então a dúvida se aquilo estará presente no futuro.
Seria fácil se eu pudesse dizê-la
E mesmo que eu a soubesse seria impossível
Porque me fogem as palavras ou provavelmente elas não existam.
É confuso.

Imagine um caracol... Imagine apenas a forma de seu casco...
É como se fosse aquilo infinitamente
Como se os meus olhos acompanhassem cada volta interminável.

Eu sou bastante emotivo, mas não há porque chorar,
Não há motivos para manter a calma de uma face escondida sobre o travesseiro.
E eu sei que essa coisa que se chama coisa por eu não saber descrevê-la
Sei que ela tem forma, sei que ela tem cheiro,
Sei que ela tem sorrisos que me dominam,
Sei que ela é ela, mas descrevê-la é como se fosse
Uma rosa invisível...
Sabemos que é uma margarida, instintivamente,
Sabemos de cor o seu cheiro... Ao menos eu sei...
Sabemos dos seus improváveis espinhos,
Contudo não podemos ver a sua cor
Nem há como Beija-flor dizer como levá-la para casa.

Ela está longe e sinto-a perto,
E a cada dia em que ela está perto viajo
Como se eu perdesse o chão e aprendesse a andar sobre o abismo,
Sob os meus pés o pensamento alto,
Sobre eles um corpo trêmulo,
E sobre o corpo um infinito desenhado pela minha imaginação,
Do futuro para frente
Como se cada segundo fosse fruto da criação do grande engenheiro da felicidade.

Ó Deus, ó Deus,
Cada viajem é um desespero meu
Os erros são contados e ela nem olha para mim
E quando olha, por alguns segundos, fico sem reação, por alguns segundos
Paraliso e suspeito começo a devanear,
Deve ser este o meu grande problema... Devanear, devanear...

Queria eu ser altivo e infiel
Talvez seja disso que ela goste,
Alguém que a daria todo o prazer momentâneo
E depois jogaria fora tudo o que cresceu dentro de si.

Tolice,
Enfim, esse sou eu, isso tudo é minha singularidade
Prefiro desesperar-me como eu, que conquistá-la sendo quem não sou.
Um dia tirarei essa invisibilidade que me corrói o coração e a mente
Mostrando que a amo, mas acima de sua beleza de carne
Poderia dar a essa nobre flor a beleza de uma vida eterna
Que vale mais que qualquer maquiagem logo após acordar,
É sim a transcendência de um sorriso que se abrirá até o fim da eternidade de nós.

Tantas palavras jogadas para frear essas lágrimas que não caem de tantas que são
Apenas para dizer que te prezo mais que a minha felicidade
Sabendo-se que também a gosto
E ficarei feliz se souber enfim
Depois de tanto, sem maior espanto
Que és o que me faz feliz.

Os tempos se fundem num beijo seu

Imagem retirada da internet


O pássaro pousa na passagem do tempo
Como Beija-flor que colhe o pólen
Na margarida da estação de trem pode
Transformar o esquecimento na magia de mais um,
Cantar o adormecer das horas e o decorrer dos momentos
Vendo do sol à lua as estrelas que reluzem no espelho meus sentimentos.

Quando toquei em suas mãos, delicadas
Dedicadas a seguir meus passos que visam o além, o horizonte,
O futuro que transpassa os jardins de girassóis
Um piquenique com um simples beijo.

Sou visionário do passado
O romantismo à flor da pele
Um nobre corajoso pronto para lutar
Dom Quixote prestes a fazer da loucura um álibi.
Tanto tenho lucidamente estado
Que mesmo que nossas mãos se escorregam
Em pleno precipício, não estarás nem perto de perder tal sonhar,
Pois morrerei por ti.

Sou sonhador e me propus a acreditar
Em ter o infinito e sê-lo ainda que não polido, rude.
Sonhei em beijá-la no alto da montanha e no cais
Mesmo que fôssemos para longe estaremos juntos e a sós.

Eu quis ver o céu na noite em que decidi te amar
Infelizmente eu não pude
Não que eu não te ame mais,
Mas é que decidi te amar numa linda manhã de sol.

31 de outubro de 2011

Secreta por acaso

Imagem retirada da internet

Era um sopro quente
Na frieza dos dias chuvosos
O sabor de um beijo triste
O valor de um sorriso sincero
Na destreza do destino, mistério
Surpresa e incerteza misturadas aos nossos
Acasos.

A corda perdida do violão
Não dá mais o mesmo tom
Não é mais a mesma bolha de sabão
Que num singelo toque se desfez
Era reflexo dos nossos carinhos de outra vez.

O anel que guardei na caixinha secreta
Pinta a ilusão da vontade sincera
Desejo de um beijo com a porta aberta
Mentira é um manto invisível na verdade incerta
Tiraria da caixinha toda essa verdade
Que guardo nela...
A verdade é o que me mantém lúcido
E a caixinha... A caixinha é secreta...


Eu só queria te dizer que tudo o que guardo em ti
É tudo o que me permite estar vivo
Está tudo em meus olhos...
E meus olhos...?
São brilhantes e aguados
Um puro reflexo de quando você está ao meu lado
Aparentemente invisível, misteriosa, enfim...
Secreta!

25 de outubro de 2011

Nada











Às vezes eu me perco no nada
E me parece que tudo é nada
Nada teve sentido e senti tudo
O que em nada mais poderia
E assim como parecia
Eu chorava, esperneava, sorria
Por pensar no que aquece o coração
Mesmo que eu não tenha nada
E nada como perceber que tudo move neste nada
Em uma velocidade nada tangível
E o meu retrógrado pensamento dos meus sentimentos
Quando retornam ao que aconteceu vê que tudo aquilo foi nada
E nada me restou, nada preciso perdoar,
Nada como viver novamente
Mesmo que nada tenha acontecido para recomeçar
Nada...
Nada...
Nada... E chega à praia onde nada é igual à cidade
E lá, do nada, nada aparece e faz-me sentir o que nada me fez antes
Nada menos,
Nada mais,
Que amor dado sem precisa dizer:
"Obrigado” ou “de nada."

Algum outro lugar



Eu tinha medo de ser aquilo que nunca sonhei
Dizer o que nunca pensei
E fazer o que contrastava com a minha vida.

Eu toquei no coração que não falava
Chorei pelo olho que não sentia
E nem por isso deixo que a madrugada
Deixe de ser a inspiração incalculista.

Eu posso ouvir os motores
Ver prédios grandes serem de pequenos senhores
Pequenos de alma, de calma, de transformação interior.

Eu troquei meu dinheiro,
Busquei o intangível e rodei meio mundo inteiro
Só para encontrar um sonho de novo amor...

21 de outubro de 2011

Vantajoso



Adoro ter alguma vantagem, porém
Estou no centro entre quatro caminhos
Ainda sem saber por aonde ir.
- “A, B, C, D?”
Não sei!
Por isso ainda estou no centro.

Poderia bem escolher qualquer um,
Mas prefiro estar lúcido e sonhar
Que sonhar achando que estou lúcido.
É preferível saber que se pode saber o que há nestes caminhos
Que sonhar achando que sei.

Posso dizer que estou num poço profundo.
Então me resta viver,
No poço ainda há vida
Ainda que mais para o fundo esteja
E a vida é a maior vantagem de se viver.

Remédios

Imagem retirada da internet


Para uma gastrite de amor,
Apendicite de solidão,
Laringite de medo,
Dor de cabeça do coração,
Existem remédios se não
Para amor, solidão, medo e coração.
Basta vasculhar todas as nossas opções,
Pegar os problemas alheios,
Achar alguém para amar
E só de procurar já cura a solidão,
O medo e acaricia o coração.

Para uma faringite de ansiedade
Gotas de calma extraídas de nós.
Se houver dores nos pés de saudade
Comprimidos de verdade para os que estão longe e só
E sabem que um abraço alheio cura metade
Saber que estão vivos e se encontrarão curará a outra.

Dizem que não há remédio algum para curar a dor na Alma.
Eu, médico de nada que entende o vácuo escuro,
Passei a entender que se é Nada e Vácuo
Por que existe então, dentro deles, o Escuro?
Eis a Luz, a cura para a dor n’Alma:
Achar na impossibilidade da vida, a Vida.
Encontrar nos mistérios da vida, a Vida.
Mistério e impossibilidade,
Ainda não sabemos se podem andar juntos,
Mas a cura para todos eles encontraremos Vivendo!

20 de outubro de 2011

Desespero bom

Imagem retirada da internet


O teu sorriso me barra
O teu jeito me chama para dançar
Se o meu sentimento não a conhecesse
Eu talvez não quisesse saber valsar
Passo sim, passo não, piso no pé então
E o meu desejo é ver o seu sorriso desfazer a pedra do meu coração.

Vejo, ele e aquela entre beijos e sorrisos
E logo sua foto me vem à cabeça
Talvez eu só mereça flagelar-me
Desfazer-me em lágrimas,
Mas não as do teu rosto
Porque isso seria demais para mim.

Eu já senti o coração disparar,
O corpo tremer, a mente delirar,
Simplesmente por uma lembrança.
Eu chorei distante, eu estive perto e parecia ausente,
Eu quis tanto que acabei num canto escuro. Deprimente.

Esqueci, sobrevivi aos cacos, e fui viver.
Quebrei a cara e aprendi.

Porém agora eu sinto o corpo trêmulo novamente
E a vontade de pintar, com lápis de cor, estrelas candentes,
Sinto quando perto a mente viajar entre as suas palavras.
Sinto de longe o seu toque mesmo que não me toque,
Simplesmente por uma lembrança de tê-la abraçado alguma outra vez.

Que termine!
Se não terminar... Que seja diferente!
Que você perceba que a minha timidez não deixa
Dizer o quão forte é isso
Capaz de revirar o meu interior à procura de uma lembrança boa.
Mas em tudo o que penso vem apenas a imagem sua
Dizendo-me que sente o mesmo,
E só por ser você já é bom por si só
É bom para eu entender
Que não consigo mais olhar para o lado...

...

Porque você está na minha frente
E é só isso que eu vejo.

Aponte o sol da ponte



Tenho a vontade de pular da ponte
Minha saudade enquanto se esconde
Extrai da lembrança o sumo do mar
De ondas leves que bate na pedra
Que presenciou um beijo doce sob o sol e o amar.

A minha dor aguda, pontiaguda
O meu brio sob a tua sombra, sombrio
Sinto-me um vazo sem ti minha flor, vazio
E quando ajo você parte e depois chama, ajuda.

Nem que Pessoa tivesse o Mar português para si, se fosse assim
Teria então descoberto a concretização de Clarice no "It", inteiro
Meio verso, disperso, propenso sob uma luz estranha, e sonha
Com Machado quebrando o Humanitismo, sou humano e sinto
Que você me ouvirá quando fora a hora. E agora
Pressinto-me sucinto, ponho o cinto
E apareço com sintomas de dor na coração que foi embora
Deveras sinto muito por sentir muito amor além do tempo
Por ti Senhora.

19 de outubro de 2011

Amor de anjo sem asa



Que vontade de te encontrar
Contar dos planos que bolei pela madrugada
Por onde andei, com o que sonhei
E o que senti enquanto adormecia.

Se você olhasse para trás me veria entre os arbustos
Colhendo flores e fazendo cartas de amor
Que serão jogadas fora juntas com a minha coragem de amar de novo.

Sou um humano sem asas,
Anjo caído, despedaçado cupido,
Tudo por um único motivo
O seu amor.

18 de outubro de 2011

Férias da vida

                                                              Imagem retirada da internet

Preciso encontrar alguém!
A minha abstinência de Amor não convence,
Meu café da manhã não faz sentido algum,
E o resto do meu dia parece chuva e vento forte,
E quando olho o sol do horizonte sinto-o tão distante
Como pássaro da luz na imensidão escura.

Precisei de férias da vida
Mas as férias da vida são o sono ou a morte.
O Universo tem estrelas e me dá sono.
Preferi o sonho de sonhar com um Amor real
Para acordar quando ele me acariciar
E depois de acordar e vivê-lo por um dia,
Quantas horas tiverem que ser... No final do ano...

Depois então escolho o Universo
Mesmo que o Amor seja algum universo oculto
Alguma frase bonita escrita no muro da razão
Britadeiras, gramas, colchão...
Amor que faz barulho, beijo na grama e termina no colchão.

Quero a intensidade de viver.
Sei que tudo vai acabar e eu não vou me lembrar de nada
Vou esquecer e fazer do nada a última lembrança a dois.
Se eu não me lembrar de nada depois das últimas férias
Então que eu me lembre agora de você, reze por você,
Peça sua salvação e que você me chame de lado
E diga que me ama.

A lembrança é a última nuvem que se vai depois da chuva,
E a primeira estrela que vem é o presente do Universo
Dando sentido à vida, ao Amor,
Para que mesmo que não lembrarmos depois das últimas férias,
Reste um coração bonito na mão e uma carta no bolso.
E se nada fizer sentido
Lembre-se que o Universo é a poesia em carta do nosso Amor...

17 de outubro de 2011

Antítese de entender


Ouvir protesto de comerciantes
Ver gente comprando a poesia de mendigo
Que sabe o valor de cada centavo
E detesta o suor caindo do rosto, careta de trabalho.

É preferível viver sem um centavo no bolso
Mendigando sorriso de quem chora por amor
Que sonhar em ser milionário, ser taxado de otário
Enquanto homem engravatado ri da tua ignorância.

O Sol e a Lua mistificam a alternância
É como falar de política e religião
Celebrar o gol do seu time
E ter um amor pra vida inteira.

A tua infância traduz o principiar da tua saudade
Dizer os segredos do seu país,
Trair os compatriotas que te roubar abaixo do nariz
No coração do voto secreto que vota a sociedade.

É fácil rimar consciência e ignorância
Rir da própria gargalhada da vida fatal
Viver em contradição com a tua ideologia
Ver a Lua sonhar acordada durante o dia
Admirar o Sol em foto na praia na noite fria
E mesmo assim votar em morar sob a ponte
Para poder socorrer migalhas aos montes.

O Sol e a Lua mistificam a alternância
É como falar de política e religião
Celebrar o gol do seu time
E ter um amor pra vida inteira.

Dia e noite a gente briga por mesquinhez
É como falar de política e religião
Celebrar o gol do seu time
E ter um amor pra vida inteira.

Deveríamos nos tratar igualmente, mas...
É como falar de política e religião
Celebrar o gol do seu time
E ter um amor pra vida inteira.



Poema de: Dartagnan Lemes di Bataglia

16 de outubro de 2011

Eu não sou



Não sou a loucura,
Mas estou ao seu lado.
Não sou o medo,
Mas pertenço ao teu desespero.
Não sou a dor,
Mas posso ser o motivo da tua descrença se quiser.
Não sou a solidão,
Mas estarei contigo quando não houver ninguém por perto.
Não sou a alma,
Mas posso sentir a tua beleza de dentro.
Não sou a calma,
Mas se estiver desesperada me procure.
Não sou um sorriso,
Mas posso fazer dois se você me ouvir.
Não sou a esperança,
Mas se me ver pode ser que acredite em alguma coisa.
Não sou a saudade,
Mas se houver algo inexplicável talvez você me entenda também.
Não sou o vento,
Mas imperceptivelmente a toco.
Não sou a alegria,
Mas dar-me-ei a você.
Não sou o amor,
Mas se você soubesse o que eu sou...

Não teria tanta graça assim,
Afinal, a vida só é interessante
Enquanto nada se sabe
E pode descobrir em instantes.

Enfim...

Eu não sou seu,
Mas se quiser é só pedir.

Amando o poeta da janela

Eu quero moça esperando na janela
E se o telefone a chama vai correndo
Sonha com um poeta só para ela
E o seu coração desordenado nada está entendendo
Como alguém pode mexer tanto com a cabeça da gente
E transformar o paraíso em uma constelação inexplicável.

Ela vê a lua tomar o lugar do sol
Espera na janela o homem da última despedida
Sonhando e pensando que a luz do farol
Era serenata no navio pelo amor da sua vida.

As estrelas vão chegando cada vez mais perto
E as nuvens de chuva forte agora vão molhando os olhos
E escorrem pela sua face como se fossem lágrimas
E as lágrimas dão luxo ao êxtase de vir descendo
O balão de brisa fria que arrepia os pelos
E a sensação que a melodia causa em quem está esperando
E ela se inclina para ver mais de perto
E ouvir uma canção que nunca lhe tocara,
Sente um beijo quente de segredo e desmaia
Nos colos do poeta que a acariciou na alma.

Ela não vê o sol tomar o lugar da lua
Dorme boba achando que tudo foi um sonho bom
E o poeta aprecia o amor da dama sua
E para provar que tudo existe deita, dorme e sonha junto no seu edredom.

10 de outubro de 2011

A mensagem que ficou na ponte



Olhe aquela ponte sobre as águas do Tejo
Foi nela que naquele dia de nevoada eu chorei
Lembrei de cada instante em que o tempo era apenas um adjetivo
E os sorrisos discorriam como termos de um verso.
Nela eu descobri qual a sensação do vento frio
Enquanto o calor ma fazia suar as tristezas dos erros do passado
E como se eu tivesse da vida apenas um fio
Sentei-me em suas extremidades e me invadi de norte a sul.

O inverno sempre foi a estação do aconchego
Filmes românticos e um simples jantar,
Mas sempre que a névoa formar pedaços de gelo dentro de mim
Voltarei àquela ponte sobre as águas do Tejo.
O inverso das folhas caindo é o pleno verão
Das belezas naturais e plataformas lotadas na estação,
Mas nunca haverá alguém que estará me esperando
Acenando louca para me abraçar enquanto na bagagem
Eu trazia a solidão de ter estado distante com medo de nunca mais voltar.

Eu poderia nunca ter saído de lá
O destino é um teatro de arena sem show
Enquanto todos estão lá, todas aquelas pessoas diferentes
Prontas para ver não sabem o que
E alguém se apresenta como o Maestro do silêncio.

Eu nunca disse para você ficar
Porque você sempre disse que eu era quem teria que dizer as coisas
E no instante em que eu me calei você viu como o meu coração tremia
E o livro que estava em minhas mãos escondia o último bilhete.
Carregando com as mãos trêmulas a Bíblia guardando o bilhete que dizia
“Quando você sentir saudades, basta prestar atenção no brilho das estrelas,
Verá nelas o seu reflexo como o espelho dos seus sonhos,
Então entenderá o porquê de eu ter falado com Deus e ter ficado quieto diante de ti.”

Mas você apenas virou as costas e pouco se importou para o chão,
Sob os meus pés, molhados.
Foi ali em que os meus dias se tornaram segredos de travesseiro.
Então resolvi descobrir o Tejo
E num dia de névoa, passando sobre a ponte, vi o meu reflexo na água
E um vazio me invadiu como se nada mais pudesse voltar
E o caminho que um dia percorri descalço tivesse sido apenas um sonho.

Peguei o último trem da meia noite,
Cheguei logo pela manhã e na estação lotada, cheia de todos,
Havia aquele mesmo vazio estampado no relógio, no tempo.
Um dia eu descobrirei quem o preencherá.
Espero que seja alguém que também saiba o valor da ponte do Tejo.

9 de outubro de 2011

Macário – A conversa entre meus eus


- Olha pela janela procurando o que não sei.
Deveras existe amor, mas eu não sei!
Inquieta minha vontade, minha necessidade,
Aumenta a intensidade dos instantes,
Pois instantes não são momentos e muito menos esses são eternos.
Cadê a chuva que há pouco me fazia esperançoso?
Humilho a mim mesmo prostrado de joelhos ao meu coração
Discreto, chorando da ausência do calor
E mesmo que o meu corpo sue sem cessar
Eu há muito não sei o que é sentir o aroma das seduções
Se acho que gosto me decepciono
Se acho que amo, num agouro desisto,
Se gosto de amor, sou desgostoso e maldito
Se amo o que gosto assim como antes sou o vento visto.

- Larga de ser irracional e sensível
Seja brutal e raciocine!

- Mas sempre quando o homem raciocina, ele briga, xinga e mata!

- O homem só enxerga ao outro assim
E não me venha com contradições
Sempre o vi amar e dizer que o amor acontece uma vez só.

- Oras larga de ser tolo!
Talvez eu não tenha amado.
Ou então eu ame tanto que não me importe de amar.
O ruim é que jamais me senti reflexo do recíproco,
Sou sempre o fim da embalagem.

- Como você é teimoso!
A crueldade prevalece à lágrima.
Ousar discordar é loucura!

- Mas e se houver alguém que veja o valor?

- De que? Da embalagem ou o fim que deveras deve receber?

- Mas eu não sou embalagem!
Até a minha casca é conteúdo de mim mesmo!

- E de que adianta?
És transparente no mundo preto e branco
De preconceito entre si próprio
E se ousar ser azul
Ai de você se alguém não gostar de azul.

- Mas o respeito ainda existe!
Eu creio nisso.

- Não mude a conversa
Falamos de amor!

- E para ser amor não precisa ter respeito por acaso?

- Nunca fora respeitado então!

- Mas respeito!
E quer saber...
Cansei de viver de sonhos, de versicular sobre jardins ou rosas,
Vou aproveitar o tempo que me resta, viver!
Afinal, a cada dia que passa estou mais perto do meu fim.

- Falas muita besteira, homem!
Você não consegue aproveitar ou viver sem amar!

- Então que eu ame o quanto for preciso!

- E por algum acaso você aceitaria amar aquela moça que se olha ao espelho?

- E por que não?
Se eu a conhecer melhor poderia amá-la.

- Mas e se ela viesse agora e te pedisse uma chance?

- Eu aceitaria!

- Mas ela não virá. O mundo é machista, inclusive as mulheres.
São os homens que tem que dizer
E ai dele se não for rico, ou não tiver veículo.

- Falas muita asneira!
Eu sei que algum dia ela virá e dirá
E a amaria não pela sua beleza de casca,
Mas porque sei que ela é linda na alma como no corpo.
Eu vejo isso ali... Olha só o espelho... Ela se reflete e me ofusca os olhos.

- Fala como se fosse Macário!
És tolo!

- E por acaso não o sou?
Na verdade me acho a sua parte interior mais oculta
Talvez nem meu pai a saberia.

- Pobre senhor Álvarez...

- E você?
Você também é ele.
O seu problema é que ainda está discorrido em linha reta
E vive atrás desse vidro e se parece comigo na casca.

- Tu sabes o que sou!...

- E por isso o disse!

- Eu não acredito!

- Porque és assim.

- E assim é que gostam de mim. EU sou o que o mundo quer.

- Olhe!
Ela está vindo em minha direção!
Quanta sorte!
Vou amar novamente!

[E nessa hora a jovem moça passa por perto do bom,
Escreve em sua mão direita: “Futuro”,
E na esquerda: “Medo e incerteza”.

Olha para o vidro, espelho, ou o que preferir
Sorri para ele que lhe retribui sarcasticamente como homem
E ela o leva para casa.

O que poderá acontecer?
Isso depende não só de você,
Mas de todo ser humano.
E se tudo estiver mudando
O vidro do impetuoso e insensível
Virará estilhaços.
E os pequenos e felizes passos
Do que acreditava amar
Entrará no caminho da jovem que juraste amar.]