Imagem retirada da internet
O solo foi tocado em uma nota só
A melodia é a nota vesga que alcança o sol
A letra torta em uma folha de papel qualquer
Revelam a ira do revolucionário que culpa o Estado
Por deixar ir embora o seu amor e este passar a andar a pé
Pelas estradas, pelos serrados proclamando a fé
Em um amor aquém das histórias de novela.
Virou marujo dos sertões e andarilho da noite
Passou a beber da saudade do seu amor
Enquanto debruçava sobre a folha uma taça de vinho
Escrevia por horas uma história para que ninguém visse.
Talvez ele já estivesse sentindo que dormiria sozinho
Pelas noites entre seus medos e os sonhos daqueles carinhos,
Dos afagos no cabelo e dos beijos lembrados de demora.
De sonho em sonho, de cidade em cidade,
Eis que encontra a pista para a felicidade
Não sabia o tamanho, nem mesmo a dualidade
Escolher entre um sonho vazio ou um sono cheio de saudade.
Numa árvore de flores azuis, ao lado de um pé de amoras,
Uma metade de coração desenhada no barro,
Sentou, não acreditou e ficou contando as horas
Entre uma estrela e outra, uma lembrança e um suspiro de abraço.
O prosador de contos solitário
Ouve um grito desesperado,
Corre desarmado para o infinito,
Enfim encontrara sua inspiração do princípio
De dias a esfomear de amor
Desenhou a outra metade do coração de barro
E fez surgir um lindo vaso para a flor que reencontrara
De um novo tempo, de outros ventos,
Para o tilintar das taças no ano que começara
A fim de terminar uma nova canção,
Outro fim para a história,
Outro lema para a revolução...
Quando as nuvens trouxerem chuva forte
Vá até o meio da rua e cante essa canção.
Quando encontrar o amor para além da morte
Vá para aonde há chuva... Leve-a...
E una nas lágrimas das nuvens dois eternos corações.
Una em duas saudades um encontro
Una em duas notas, uma melodia...
E cante essa canção.