31 de janeiro de 2011

Canção de borboleta

O silêncio da tua voz
Atormenta minha consciência
E por extinta coincidência
Não somos mais nós
É você, sou eu e não mais
Nunca mais a sós.

Espero que você possa gritar
Pois perdi minhas cordas vocais
De tanto prometer amar
Correr pelos jardins florais
E sermos um laço e muitos nós.

Sou o caçador de borboletas
E libertador dos sonhos que voam
Toco flauta e bateria
Componho letra e melodia
E suplico os sons que ecoam
Do papel de meias linhas em palavras inteiras.

Espero que você possa gritar
Sujar minhas letras de lama
Chorei no travesseiro por amor a quem se ama
E mergulhei em águas geladas para me esquentar
Não me perdi nem me afoguei
Eu consigo superar a contradição, eu sei
E componho o voo das abelhas.

Sobrevoe sobre o plantio de novas sementes
Desfrute do fruto proibido
Meu amor oculto, contido
E por isso vou gritar.

E espero que eu possa ainda gritar
 Chorar depois de compor
Pois é disso que vivo, e sobrevivo pelo amor
E as letras jogadas com cuidado no papel
Manchado de tinta guache e borracha
O meu íntimo se acha
Encontrei o céu
Chorando sobre um barco de papel
E um mar de rosas brancas.

E ainda tenho esperança
De que amar não será mais uma eterna lembrança
Em minhas letras sobre folhas amassadas
Continuo na estrada
A caminho do sol a se pôr
Lá encontrarei meu amor.

30 de janeiro de 2011

Na areia

Eu corri pela praia
E escrevi seu nome na areia
A maré subiu e levou minha prova de amor
Para terras distantes.

Que caia litros e litros de chuva
Que leve todas as árvores com o meu nome junto ao seu
Que molhe todas as folhas de poemas para você
Mas ela nunca poderá
Nem se o vento desejar
Apagar do meu peito
E da minha memória
O prazer de saber amar.

Ouço música alta
E detesto misticismo
Dois ou três dias e sinto sua falta
Não confunda fanatismo
É teoria de homem insensato
Dizer que o amor é sentido
Mas não faz sentido algum
É fuga da realidade que não se escolhe
É desespero que não se esconde
É nunca desejar saber e mesmo assim ser desejo
É partir ao meio todos os seus medos
Acordar sonhando com uma noite nublada
O sol gelando e a brisa manchando a janela
Sou lúcido, mas me entrego aos sonhos dela.

As lágrimas lunares
Derretem os cometas do universo
Posso chorar por fazer o inverso
Seco os mares e faço praias
Deixo tudo pelo avesso
Faço estátuas de gesso
Escultura de pedra luminosa.

E nesta minha praia
Desenho todos os nossos dias de amor
E a maré não vai levar
Meu mar de lágrimas por você
Foi feito para nunca te apagar.

Menina entre as frestas

Passei por entre as frestas
Descobri milhões de maneiras de te conquistar
Os seus becos e beiradas
Seus anseios e as suas recaídas
Passei pela entrada e vi que era a saída
Saída da solidão e entrada no ímpeto de amar
Um vendaval me levou pelo Atlântico
Sou todo versos semânticos
Descobri-me mortalmente romântico
E tenho a audácia de prever
Que cairei em tentação nos teus braços.

Passado de noite sombria e céu cinzento
Descaso com minha sina
Retrato no teto espelhado
Vejo-me por todo teu amor, Menina.

Destrói a moral do altruísta
Constrói um mural de linhas vivas
Corrói o quadro de beleza natural
E dói saber que sou singular e você plural.
Detesto pedir desculpas pelo o que nem fiz
Protesto a favor dos erros que cometi
E de resto e de todo pertenço a ti.

Passado de noite sombria e céu cinzento
Descaso com minha sina
Retrato no teto espelhado
Vivo por todo teu amor, Menina.

E pelo beco adentro
A luz me encontra e cega os olhos
E penetro no coração cinzento
Das tuas dores sou morfina
Sou fato predestinado
Eu sou o seu amor,
Sou o que você precisa que eu sou,
Eu sou a colina com o sol a se pôr,
Sou a febre por um beijo,
Eu sou o desejo de felicidade em tempos de dor,
Sou perto da tua agonia a serenidade no teu peito,
Sou todo seu, meu amor,
Menina.

27 de janeiro de 2011

Trilhar

Desdenhar de um fruto adocicado
Debruçar-se numa pedra sem forma
Remediar um machucado
Escolher as flores que lhe adorna.

Poderei sentir seu sopro
E o arrepio sobe ao inconsciente
Perco-me não sei
Se mato, se morro
Mas terei a certeza de que amo.

Porque o sol nunca vai se pôr
Porque a chuva me levará até você
E a enxurrada trará um ramo de rosas
Porque sentirei seu perfume na agonia do dia a dia
Porque sempre sei e nunca mais saberei outra coisa
Porque sempre descobri e vi minha última descoberta
Não que tudo chegará ao fim
Mas começarei uma busca sem fim
Porque ter-te em mim
É ter mais que o mundo nas mãos
É ter vontade de acordar de um sonho bom
É depois de acordar perceber que pode ser real
Sentir a dor no peito quando não te ver
Ou então quando não ouvir sua voz
Mas ter a alegria de amar você
E amar-te mais quando estivermos a sós.

Futuro, futuro meu
Porque no passado te escondeu
Porque no presente me fez sonhar
Porque sou escolhido pra pensar e agir na emoção
Porque sou o caminho nos seus pés
E o destino nas suas mãos.

Tudo se resume
Não porque muito falei, mas nada disse,
Mas porque deste crime não estou impune
Então que abram as celas e me deixem entrar
E nas grades do seu coração
Serei acusado de homicídio doloso
Assassino culposo das vontades terrestres
Culpado por amar
Quem matou meu passado
E tomou-me em prisão pra sempre.

26 de janeiro de 2011

Dó maior

Em cada relance o meu dom se torna maior
te amar me faz sorrir
rir dos empecilhos e chorar em dó maior
sem mentir.
Flutuar e voar.

Dedilhados em cordas de nylon
o som pesado destaca minha leveza
ouvi-lo e entender o que é sonhar em vão
e no vão das margens redesenhadas
as páginas viradas. Mudamos a cor das letras
Destaco meu coração acelerado
Brincando acordado nas beiradas das veredas.

Num balanço a flor descansa
e chove trazendo esperança
mata a sede dos abraços e beijos entrelaçados
na inocência de criança
em imaginar algum futuro apaixonante
mal imaginaria eu que jamais sonhei sozinho
e hoje a vejo comigo
surgindo e fluindo.

É doce o sabor das pétalas
que secaram meu suor
e são estas que demonstram o que é amor
o meu amor
o nosso amor
O amor em dó maior.

Alguém na minha frente

Basta uma palavra sensata
Abstraia um segredo
Desvende-o e mostre-me
Enquanto arrasto as solas dos meus pés
Entro em um convés e desenho o céu no chão
O sol é o meu coração
E as nuvens são ideias
Nuvens negras ou de algodão doce
Tenho meu trono e não a posse
Meu chão de algodão
Molhado na solidão
E me deito, e desperto
O sentido mais indiscreto
Do homem deserto
Que decerto se encontrou no dia a dia
Tenho minha alegria
Na chuva de doses controladas
Saudades matadas
Palavras, palavras e serenatas
Um amor passageiro
Que encontrei nas estradas
Por onde passei, em meio às cataratas
Por onde sonhei e permaneço terreno
Tenho-me por inteiro, mas sou meio dela
Meio chama, meio vela,
Enquanto meio continuo sendo de alguém
E o seu amor me completa
Com destino ao nada e ao além.

25 de janeiro de 2011

Ler-se

Folheando como se nada interessasse
Dobrando as pontas das páginas que marcaram
E descobrindo que passamos pelo o que nem lembramos
E lembramos-nos das sensações que nunca chegamos a descobrir
E chegamos então ao meio do que está no começo
Livro de páginas vermelhas
E letras avermelhadas
Nada se lê, contudo tudo se enxerga
Enquanto tudo muda
Na medida em que a mudança está em constante transformação
Pulamos algumas páginas e não as lemos
Talvez tenhamos esquecido
Que tudo o que nos emociona é porque foi vivido
E viver um amor em uma vida enamorada
Pode parecer clichê,
Mas é sempre uma novidade
E essa é mais uma das centenas de últimas páginas
Que escrevemos no coração.

Pergaminho lacrimoso

Nas palavras discorridas no pergaminho
De versos livres e estrofes saltadoras
Mancha-se o papel com lágrimas
Que pulam dos olhos como trampolim
Um suicídio do que é o alívio do homem perdido.
Decerto as palavras escorregaram pelas linhas aleatórias
Os sentimentos se embaralharam
E sobrou apenas o que ainda se sente
Como um cheiro de perfume na memória
Você sente, mas não o tem
Pode ser ocasional virando à esquina
Ou num encontro marcado no restaurante do trem.
E o livro que não tem mais história
Frases roubadas e sinceridades presunçosas
Olhares de desejos esquecidos, atitudes pensadas
Beijos convencidos em nenhuma batalha
Acontece ao amor depois que ele se vai
E ficamos nós (seu esqueleto) memorizando a carne
E o espírito, e a esperança
Não serão os últimos a morrer em dor
O último anjo é o amor

E o poeta se cala e esquece o que escreveria
Nunca esquecera o que sentia
Mas se perdeu nas palavras perdidas
E foi caminhar ao vento
Procurando um alento
para encontrar um outro amor.

24 de janeiro de 2011

Alguém

Guardei meus segredos indispensáveis
Supri minhas saudades
Por um sentimento solitário.
Pobre coração dilacerado pelo asfalto
Do chão de terra que caminhei
As pedras que pisei e as lágrimas que correram
Não fazem mais sentido
Quando o destino é outro caminho.

Pensei estar revelando um sonho
Doce, sutil e sem tamanho
E nas margens do rio de sorrisos
Encontrei a felicidade
Na alcatéia de amigos
Que me guiam nas tempestades.

Se eu um dia encontrar amor igual
Nada de semelhante quero propor
Será uma linda noite a sós
E estaremos juntos em um novo amor.

23 de janeiro de 2011

“Chu”

A minha calma está ausente
enquanto o meu coração chora
e clama pelo amor que tenho
e xinga o tempo de infame e ingrato
e me esqueço do que vem
e choro por não ter mais o que ainda tenho
e paro, e penso
e triste me alegro
por poder ascender um sorriso
no rosto mais lindo que já vi
no olhar mais profundo que mirei
no calor mais intenso de um só corpo
no amor
que agora escorre dos meus olhos
para as extremidades do meu rosto.
Mas ainda amo
e dói saber disso.

22 de janeiro de 2011

Não há

Sabe aquelas plantas carnívoras,
As pedras pequenas e afiadas
E as grandes que tapam o caminho?
As flores espinhosas,
O sangue derramado, quando a pele em contato
Difama o coração pensante,
A embriaguez guardada todos os dias,
Consequências das noites frientas,
As doses de tristeza e alegria em um só copo de caipirinha,
Os amargos doces de chocolate meio doce meio amargo,
Amarguras das lágrimas e êxtase das lástimas...?

Tudo isso é lindo enquanto você ainda estiver em mim.

Quando deixar de estar
Será o fim do mundo.

21 de janeiro de 2011

Sou

O que sou nunca foi e jamais será
O que digo sempre machucará
O que ouço, não importa
Pois aos outros cabe à minha reputação.

O bom taxado de covarde
O sincero que é certo, e faz tudo errado
O errado sempre errado
O destino nem sempre é o que eu quero.

Pode ser que o meu não seja meu
Assim como sempre foi de outro
Pessoa humana, falível, falida
Inerte e errante... Pálida.

Eu já nem sei se sei quem sou
Sei que sou quem alguém quer que eu seja
Minhas vontades incabíveis
Não cabe nem no infinito,
Pois nada é infinito e elas vagam pelo nada.

Apenas lágrimas e música
Tentativa frustrada de não ser eu
Porque eu, o mergulhador,
Nunca tive a oportunidade de levar alguém para a minha praia.

É sempre a do outro.
São sempre os outros.

19 de janeiro de 2011

Três copos de vinho

Tenho matado meus soluços
Com goles secos de vinho suave
Que tonteiam e minha sobriedade
Faz-me descansar nos arbustos.

Enquanto me posto a orar
E aprecio o veneno sabor uva
Pego-me em desatino
Afogo-me em um bêbado amor
Que me traz a rodada dupla.

Leite condensado e gelo
Doce e gelado. Fuga.
Guia-me a nobre duquesa
Montada sobre seu alazão
Apodera-se de minha fraqueza
E embebeda meu coração
Do sentimento mais límpido existente.

E eu, pobre bêbado inconsciente
Derramo sobre mim, não o vinho
Mas o que vinha depois da insanidade:
Amor depois de vários goles
Não é são, mas é sincero
E é verdade.

18 de janeiro de 2011

Sinônimos

Gasto todo gosto e gosto
E beijo seu rosto
Abraço em um laço perfeito
Aguardo a reciprocidade do seu jeito
Sorrio com um sorriso de saudade
Penetrantes olhos que acolhem meu ser
Entendo então a semelhança
Do que não me deixa dormir
Do que me tira o sono
E você.
São sinônimos naturais.

17 de janeiro de 2011

Como?

Como pisar descalço na grama
Voar longe, atingir o céu para comer nuvem de algodão doce
Mergulhar nas mais puras águas em busca das pedras
Pedras estas que o salvariam da maré
Maré esta que embelezaria a noite chuvosa e um beijo na praia.

Como subir num pé de jabuticaba
E fazer geléia de maracujá
No gingado do vento nada se fixa e nada acaba
No farol do porto que indica onde estamos a amar.

Como sentir-se tanto
“Ah, isso não é nada
Perto do tanto e do quanto
Não sermos doce pronto
Sermos nata”.

Como guardar as chaves do coração
Que está de portas abertas para alguém?
Como sentir-se quente
No manto dos braços de quem lhe quer bem?

É como flutuar até os montes
Serem únicos entre os milhares
Avistar verticais nos horizontes
Sermos realidade enquanto o lúcido é sonhar.

Como posso traduzir em palavras o que não posso dizer?
Nada como nunca poder
Tudo como saber te amar.

15 de janeiro de 2011

Pedras que machucam


Nadei nos caminhos de pedra
E depois vieram os caminhos de flores
Plantadas num enorme aquário
E sobrevivem de amor.

Guardo todas as lágrimas de antes num baú
E as de agora não guardo mais
Elas caem no chão.
Não mentirei dizendo que não tem porque
Sempre tem por quem chorar
E se eu choro por você
Foi por me ver errar.

O sentido faz toda diferença
Estou sentindo e esta é a minha sentença
Saber que estou a errar, errar e chorar
Sempre no mesmo banco de praça
Sempre esperando o meu amor voltar.

13 de janeiro de 2011

Olhos



Eu não me esqueço de olhar fixamente
No astro, buraco negro de um universo de dois
Penetrantes na junção com meus instintos
Arde o peito, vêm os delírios
Mal uma massagem psicológica é feita
E logo parece que usei colírios
Pois de outro mundo já experimentei, e experimento às vezes
E nele não tem estrelas.

Pode um homem em razão como eu
Emoção como fui
Afogar-me assim como me perdi?

Posso não degustar das trocas com os meus
Mas faço apostas contra ateus
Que algum dia ainda adentro aos seus
E provarei que desse universo negro
Sou filho do seu criador.

10 de janeiro de 2011

Como tem de ser

A prova do amor indecifrável
Pode passar por qualquer obstáculo
Que jamais deixará de ser incógnita
E a curiosidade cresce e o amor não se cansa.

Nunca tema que a pedra seja dura
Pois aonde os pés se molham
O coração se machuca
E as loucuras não cessam.

Cansa o olho que fala demais
E aquieta a língua que muito percebe.
Um amor de verdade não padece
E não se escolhe jamais.

8 de janeiro de 2011

Os lados da vida

Nosso mundo tem lá seus altos e baixos
Não sou tão alto e nem você tão baixo
Há pessoas baixas que pensam que estão no alto
E vale reforçar que os patamares são declináveis
E eu sonho alto e no meu sonho sou baixo
É preciso alto astral que não tem altura, mas tem você em si
Podemos voar obviamente alto, mas se somos baixos
Talvez valha mais um dó maior da guitarra
Que o ré demonstrando o retardo grave do baixo
A baixeza que nos traz inimigos é humana.
“Minha alteza Vida perdoa-nos pelas infames ignorâncias”.
O homem, alto ou baixo, pisa no seu semelhante e não importa o tamanho
Subir na vida não precisa ser passar por cima de tudo
Mas é.

Quando estamos pensando alto
Entende-se que não estamos com o pé no chão
Se pensamos baixo, um voo rasante, nada almejamos.

Os seus passos são horizontais
E a linha reta é a menor estrada até o fim do mundo, de tudo.
Pense como você, auto-afirmação.
A consciência humana é baixa
E olhamos para o alto, é o céu
E olhamos para baixo, somos nós,
Mas não somos nós por estarmos embaixo,
Pois mesmo embaixo estamos acima de alguma coisa
E a única coisa que não está acima de algo é o nada
E o nada, não é a nossa vida.

5 de janeiro de 2011

O coração

Tímido coração que me deixa assim
Com vergonha ao te ver,
Faz desaparecer meu chão e querer me esconder

Este que me faz submisso
Morando aqui do lado esquerdo
Meu cérebro, minha massa pensante
Justo eu que perco por pensar com o coração.

Coração alheio a timidez
Que me faz lembrar que
O amor é para a vida como um perfume é para a rosa
Que me veem trazer a boa nova
Meu coração que é tão pobre
Ainda não conhece os caminhos
Ao te ver me esqueço de tudo
E tenho Medo de mim mesmo.

É triste ser o último
Até na hora do súbito
E o ultimo a dizer
O que sinto para você
É além da história romântica
É estar em mim
Estar enfim,
Estar no fim,
E no fim
Deixar de estar.





Feito por Débora Leal Machado e Luiz Aguinaldo Ponton Cuaglio

Jantar romântico

Na mesa à luz de velas,
Lá em algum lugar
Entre o trópico de câncer e o de capricórnio
Vejo a calmaria virginiana nos braços de um escorpião
O sangue foge e o veneno persegue
Não agir por instinto, agir por sentimentos
Nem sempre é sábio fugir à quem te segue
Principalmente quando em função do coração.

Lá em algum lugar
Existe uma montanha e um rio
Inabitável e tranqüilo
Nunca vi e tenho curiosidade: “Como será o Nilo?”
Talvez seja o lugar ideal para se amar.

Lá em algum lugar
Aonde o formato é de avião
Não tem praia, mas de longe é a minha praia
Vem junto às grandes decisões
É o que rege... Sou maestro regente do meu futuro.

Lá em algum lugar
Existe um passado triste enquanto feliz
Perdura o incenso malcheiroso do coração
Não se fala, se diz
Não se age, é ação.

Lá em algum lugar
Não tem o porquê sonhar
É apenas um lugar
Onde estaremos nós dois...

Só nós dois.
Só nós dois.

4 de janeiro de 2011

Nota...

Eu não quero ser um escritor reconhecido. Quero apenas que alguém leia o que eu digo, e que isso lhe faça bem.
É só isso.

1 de janeiro de 2011

Inexistente

Cair em tentação pelo mal
Usar do errado para dizer-se certo
“O mundo é dos espertos”
Somos vítimas da revolta
Baleados, amedrontados sem escolta
Não ser nada e achar-se o tal.

Somos animais carnívoros
É vegetal o papel que nos compra?
Matamos os insetos com vermífugo
Apenas porque nos amedronta.

E o homem se amedronta
Simplesmente pelo outro ser homem
Não sabemos até onde podemos chegar
Mas o homem sabe que passa por cima de tudo
Se ama? Não. Confronta-se
e levanta? Não. Contenta-se.

Vamos fugir.
Mas para qual lugar
Se o homem está aqui
E mata também por amar?
Eu sei que não tem jeito
Mas não me canso de lutar
Não para que tudo mude ou mudem tudo
Sei onde estou e onde quero chegar
Mas eu só quero um lugar para ficar...

Procuro a paz que não existe
Procuro a calma no meio da multidão
Procuro no meu íntimo a solidão
Procuro dizer no vácuo
Procuro dar palpite na alheia impressão
Procuro, procuro, procuro e procuro
Procurar não é a solução
Achar é a verdadeira questão
Não tenho mais o que perguntar
Não vou desistir, mas não tem mais solução
Melhor guardar o carro na mansão
Podem me roubar
Contudo eu moro na rua e ando na contramão
Enquanto a sociedade abaixa a cabeça e aceita
Eu sonho acordado com a vida perfeita...

Inexistente!