24 de novembro de 2011

Carmim

Imagem retirada da internet

"O meu coração arde
Uma sensação indescritível
E esse vermelho intenso invade
Camim, um amor inconfundível"
            - L. A.-



Vejo como os seus olhos são redondos
De um formato circular instigante.
Fazem ilusão à minha tormenta,
Esta loucura que me arranca os cabelos.
Dão, sem dúvida, o sentido do meu pulsar
Explicando para minha razão
[de que não há como voltar.
Circula infinitamente, não cessa!


Os verdes campos têm suas cores ofuscadas,
Não pelo brilho do Sol universal,
Mas pelo brilho do seu.


Não é de nenhum espanto que tenha
Todos os dentes unidos a fim de me seqüestrar
E ainda há quem me suponha (falo da minha (in) consciência)
Que o nome disso é sorriso,
Sim, sorriso é que é o nome disso.
Só o riso nunca seria o bastante para me enlouquecer.
Não a tal ponto...


As curvas dos teus cabelos,
Essa mescla de castanhos e luz.
Nisso tudo há três tipos de luzes:
A que acende, a que apaga, e a do seu coração.


Como não percebes que rio,
Assim, bobo, quando você acha graça de alguma palavra minha?
Nem mesmo pareço eu
Que rio rios de todos os risos,
Pois quando rio da sua alegria,
De quando parece que fui eu quem o fez,
Vale-me mais do que qualquer verso,
Vale-me montanhas e todos os seus ventos; dispersos...


Tocar seu corpo escultural
É ter presenciado o ápice de minha coragem
Ter a delicadeza de um gigante
Com a vontade de protegê-la sem quebrá-la, ó escultura.


Tenho em minhas mãos o espelho,
Para que eu coloque um retrato seu
Ao lado de minha face horrenda,
E nele possa nos ver juntos,
Possuir o igualar de todos os meus desejos
E poder dormir...


Mais do que dormir
O sonho vem a mim como um caminho
Sob o qual posso andar sobre as rosas,
Sentir nelas o seu perfume
E recolher apenas uma pétala... E seguir...


O final dos passos incertamente reais
Farão com que a pétala se transforme.
Eu o embrulho. Entrego em suas mãos,
Beijo-as cordialmente,
E quando abrir verá
Que é o coração de um homem entregue
Ao amor, dado de presente.

21 de novembro de 2011

Cara de amor

Eu sou multifacetado
E todas as minhas caras faço
Quando você passa do meu lado
E se não mostrar eu guardo
Enquanto você estiver distante
E quando chegar mais perto
Não verá só minha face,
Mas também meu coração
Cor de rosa com espinhos
Que erra, mas sempre estará contigo
Porque é assim que o amor acontece.

Forma de soneto sem forma

Constante como a brisa seca do futuro
Certo como a indelicadeza dos meus erros
Cego enquanto vejo meu coração acelerar
Surpreso enquanto nego amar.

Eis a teoria da falsa verdade do "eu"
O poeta descontrola-se
Ludibria a si mesmo, assim como prometeu
Nunca amar.

Consola-se
No leito de sua certeza envergonhada
Cravada sob o banco de um jardim.

Aflora
A maestria da sua timidez enamorada
É como a antítese de poder viver sem ti em mim.

15 de novembro de 2011

Pensar é o problema do sonhador

Estou pensando...
E não conseguindo pensar ao mesmo tempo
É assim que acontece quando existe a solidão
Ela acaba deixando ao pó, o coração
E à chuva, os olhos.

A solidão é uma fonte sem água.
Ela não tem a beleza que procuramos,
Mas temos a ela.
Ela é linda, convenhamos,
Mas a sua beleza cansa,
E acabamos por sentir falta de água,
Falta do sabor oculto do gole puro,
E esse sabor sem gosto tem apenas um nome.

Tem o nome, mas não o tenho
E caio novamente no pensar
Sem mesmo estar pensando.
É a causa de quem entende que o nome é amar,
Até sabe o que é isso,
Mas não sabe explicar.
É saber o que é o vento
E nunca poder tocá-lo,
E assim mesmo ser tocado por ele
E ele nos leva aonde alguém sente a mesma coisa,
Mas ela não sente a gente
Porque a gente está no meio do vento.

Sim, penso demais
E ainda fico louco,
Pois os loucos não pensam,
Cometem loucuras sem pensar,
E a minha maior loucura é estar amando,
Amando sem saber,
Amando sem amar.

Culpa sua



Tive o livro sagrado nas mãos
E aprendi a confessar os meus pecados, os meus erros desvairados,
E trago a consequência dos meus goles inóspitos
Trago o ar que tu poluis com tuas mentiras da boca pra fora
E... Enfim...
Caio do penhasco do teu coração,
Pois foi ali que plantei o meu câncer
Foi ali que decidi criar a árvore e colher os frutos
E ali mesmo você fez com que meus olhos chovessem
Chovessem de desespero, angústia de não ser visto
Ali tomei juízo... E o meu pecado, mesmo que seja a minha mordaça, não me satisfaz
Pois meu coração agora é negro,
Meu coração é frio e só
Tudo e tudo... Envolvidos em uma única coisa que eu quis
Só te amar.

13 de novembro de 2011

O álbum da noite


Sentado frente à janela
Sentindo o vento frio da noite
Que conquista lá fora a luz de um infinito universo.
Há em algum gramado, namorados olhando suas estrelas,
Enlaçados em um abraço que esquenta a sorte
E mergulhados num afago de um coração imerso

Na água que eu mesmo bebi
E nem por isso vivi,
Muito menos chorei.
Sinto dizer que me confundi,
Mas eu sobrevivi
E me apaixonei.

O galo canta a canção d’Aurora,
O sol chama a lua para ir embora
E desperto alegre e com calor.
Vejo no espelho as letras de batom da Senhora
Dos meus sonhos que outrora
Me convidou para sentir o amor.

Eu não sei o que ele é,
Muito menos como senti-lo de verdade
Vivo em outra realidade
Em que não tenho coragem
De mostrar as minhas mãos geladas e tremendo
Do quanto estou sofrendo
De que a esperança de tê-la comigo é fé.

Eu cansei de gostar de quem não me vê
E de não ver quem gosta de mim
Eu não queria que fosse assim,
Mas tenho que dizer
Que só existe vida se o espelho refletir
Nós dois em divisões de um só momento...

Primeiro beijo, primeiro abraço
Primeiro sorriso que revela a felicidade em seus traços,
Primeiro amor de verdade pelo qual me desfaço
Primeira vez em que sorrio num retrato
De fotos do nosso futuro namoro e casamento.

8 de novembro de 2011

Será canção



Querer estar num tufão enquanto a sua vida está transtornada
Sem saber qual a direção da vida
Sem saber o que é a vida e o que ela quer de você
Perder-se no meio da solidão e enxugá-la
Parecer perdão, mas serem apenas palavras jogadas
Como se tivesse alguma importância
O que você é ou o que você gosta
Se ama ou se pretende doar seu coração.

A canção é só um protesto
Um passo para revelar ao mundo a incoerência dos seus atos
Seu ego eu detesto
Detesto sua ideia de que o mundo é seu
Eu quero ser o seu mundo,
Mas você disse não para mim.

A canção é só o resto
Dos meus pedaços refletidos no espelho quebrado
Seu sorriso guardado
Seu beijo devaneado entre as flores que eu guardei
Tudo é incerto
E como a vida incerta não quero ter a certeza de que vivi
Apenas a certeza de que amei.

7 de novembro de 2011

Desespero

Imagem retirada da internet

O que fazer para recuperar minha sanidade?
Qual o porquê de tanta confusão?
Sinto que nada está no lugar
E ainda assim não acho nenhuma peça em mim que se encaixe.

Não sei de significados,
Mas os nossos significantes parecem ornar
Como se a constelação fosse ilustrada de luas e sóis
E o astro rei fosse a sua estrela que brilhasse sobre o meu mundo.

Pode ser que o seu sorriso seja apenas um disfarce
Eu, um bobo qualquer, cairia na armadilha como um pato
Mas para o governo do mundo, adoro teatro.

Pode ser que eu a ame de fato
Pudera eu com esse amor sanar-me
Mas com teu sorriso me engano, derreto e me desfaço. 

4 de novembro de 2011

Confusão



Eu sinto uma coisa estranha,
Bem estranha por sinal,
Ela vai apertando o meu peito
E a minha mente entra em colapso
Aparentemente o mundo vira por si só
Substancialmente nós somos quem fazemos o nosso mundo girar
E surpreendentemente sinto como se alguma coisa me impedisse de girar.

Alguma coisa poderia ser alguém
Ou alguns que não sabemos quem.
Alguma coisa pode ser o passado, o presente,
Ou então a dúvida se aquilo estará presente no futuro.
Seria fácil se eu pudesse dizê-la
E mesmo que eu a soubesse seria impossível
Porque me fogem as palavras ou provavelmente elas não existam.
É confuso.

Imagine um caracol... Imagine apenas a forma de seu casco...
É como se fosse aquilo infinitamente
Como se os meus olhos acompanhassem cada volta interminável.

Eu sou bastante emotivo, mas não há porque chorar,
Não há motivos para manter a calma de uma face escondida sobre o travesseiro.
E eu sei que essa coisa que se chama coisa por eu não saber descrevê-la
Sei que ela tem forma, sei que ela tem cheiro,
Sei que ela tem sorrisos que me dominam,
Sei que ela é ela, mas descrevê-la é como se fosse
Uma rosa invisível...
Sabemos que é uma margarida, instintivamente,
Sabemos de cor o seu cheiro... Ao menos eu sei...
Sabemos dos seus improváveis espinhos,
Contudo não podemos ver a sua cor
Nem há como Beija-flor dizer como levá-la para casa.

Ela está longe e sinto-a perto,
E a cada dia em que ela está perto viajo
Como se eu perdesse o chão e aprendesse a andar sobre o abismo,
Sob os meus pés o pensamento alto,
Sobre eles um corpo trêmulo,
E sobre o corpo um infinito desenhado pela minha imaginação,
Do futuro para frente
Como se cada segundo fosse fruto da criação do grande engenheiro da felicidade.

Ó Deus, ó Deus,
Cada viajem é um desespero meu
Os erros são contados e ela nem olha para mim
E quando olha, por alguns segundos, fico sem reação, por alguns segundos
Paraliso e suspeito começo a devanear,
Deve ser este o meu grande problema... Devanear, devanear...

Queria eu ser altivo e infiel
Talvez seja disso que ela goste,
Alguém que a daria todo o prazer momentâneo
E depois jogaria fora tudo o que cresceu dentro de si.

Tolice,
Enfim, esse sou eu, isso tudo é minha singularidade
Prefiro desesperar-me como eu, que conquistá-la sendo quem não sou.
Um dia tirarei essa invisibilidade que me corrói o coração e a mente
Mostrando que a amo, mas acima de sua beleza de carne
Poderia dar a essa nobre flor a beleza de uma vida eterna
Que vale mais que qualquer maquiagem logo após acordar,
É sim a transcendência de um sorriso que se abrirá até o fim da eternidade de nós.

Tantas palavras jogadas para frear essas lágrimas que não caem de tantas que são
Apenas para dizer que te prezo mais que a minha felicidade
Sabendo-se que também a gosto
E ficarei feliz se souber enfim
Depois de tanto, sem maior espanto
Que és o que me faz feliz.

Os tempos se fundem num beijo seu

Imagem retirada da internet


O pássaro pousa na passagem do tempo
Como Beija-flor que colhe o pólen
Na margarida da estação de trem pode
Transformar o esquecimento na magia de mais um,
Cantar o adormecer das horas e o decorrer dos momentos
Vendo do sol à lua as estrelas que reluzem no espelho meus sentimentos.

Quando toquei em suas mãos, delicadas
Dedicadas a seguir meus passos que visam o além, o horizonte,
O futuro que transpassa os jardins de girassóis
Um piquenique com um simples beijo.

Sou visionário do passado
O romantismo à flor da pele
Um nobre corajoso pronto para lutar
Dom Quixote prestes a fazer da loucura um álibi.
Tanto tenho lucidamente estado
Que mesmo que nossas mãos se escorregam
Em pleno precipício, não estarás nem perto de perder tal sonhar,
Pois morrerei por ti.

Sou sonhador e me propus a acreditar
Em ter o infinito e sê-lo ainda que não polido, rude.
Sonhei em beijá-la no alto da montanha e no cais
Mesmo que fôssemos para longe estaremos juntos e a sós.

Eu quis ver o céu na noite em que decidi te amar
Infelizmente eu não pude
Não que eu não te ame mais,
Mas é que decidi te amar numa linda manhã de sol.