Escrevendo essa breve nota, começo por pedir desculpa...
Pela minha ignorância de nunca saber necessariamente o suficiente enquanto meu inconsciente diz que sei mais do que penso não saber.
Por hora devo lhes contar que tive um sonho, ou momento de reflexão (como preferir), e neste prazeroso instante tive uma constatação.
Eu entendo Clarice!
Talvez mais do que qualquer pessoa pensa que pode entendê-la. Ou não.
Eu entendo Clarice, porque mesmo sabendo de onde eu vim, prefiro arriscar-me a me descobrir por onde brotei que não sei onde é.
E a principal circunstância e fato de eu entender Clarice, é o de que eu não a entendo.
Ela disse que é um mistério por não ter mistério algum.
Eu, por ora, disse certa vez, que não me entendo e por isso não sei como são postas as vírgulas em meus finais de frases.
Entender Clarice é me entender. O ponto final é quando na mesma curva de uma estrada diferente não nos entendemos. Eu não a entendo, por isso compreendê-la é como achar a chave da porta secreta em sua própria fechadura. O interessante é que para a maioria, ou quase todos, a fechadura e a chave lhes são transparentes, e ficam procurando-as em lugares tão incoerentes, como em seus corações, no meio de suas palavras ou afins.
Muito obrigado Clarice!
É muito bom saber que para me descobrir, foi preciso esquecer que está frio e que havia cobertas em cima de mim.